Fiasco do 1º de Maio expõe um Lula longe das ruas

O fracasso de público do evento do 1º de Maio com Lula (PT) em São Paulo explicitou mais uma vez a crescente desconexão do presidente e as ruas, no sentido de expressão popular espontânea de apoio.

O petista preferiu culpar os organizadores, sindicatos de sua base social originária, pelo que teria sido uma falha de comunicação em divulgar o evento. O buraco é bem mais embaixo, refletindo a mudança da organização social brasileira no século que avança em sua terceira década.

A esquerda, desde a ascensão do PT do movimento operário do ABC no fim dos anos 1970 até a primeira Presidência de Lula, em 2003, sempre se valeu da mística associada a esses grandes eventos. Braços saíram deles, como o proverbial "exército do [João Pedro] Stedile [líder dos sem-terra]" sempre avocado pelo petista.

O mundo, contudo, mudou. Primeiro, há uma questão estrutural: os sindicatos no mundo todo, com exceções notáveis na Europa, perderam a musculatura política e poder de mobilização que tinham.

Novas formas de mediação do trabalho alteraram a correlação de forças —um avanço para os que veem nas agremiações sindicais cartórios de interesses diversos daqueles dos trabalhadores, um retrocesso para quem acredita que só houve mais precarização.

No Brasil, o fim do imposto sindical, em 2017, colocou uma pá de cal na realidade vigente até então. Mas outro movimento já se fazia sentir, algo que a esquerda local ainda não conseguiu digerir adequadamente, quando as ruas foram tomadas em 2013.

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