Nunes diz que vai à Justiça após Lula pedir voto a Boulos e afirma que petista mira palanque de 2026

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse nesta quarta-feira (1º) que sua campanha acionará a Justiça Eleitoral após Lula (PT) pedir voto a Guilherme Boulos (PSOL) e disse que o presidente pensa "no palanque de 2026".

"Parece que o presidente ainda está no palanque de 2022 [quando disputou a eleição contra Jair Bolsonaro] e já pensando no palanque de 2026. Como presidente da República, tem uma atitude que claramente é um desrespeito à lei eleitoral. Não tem outra palavra a não ser lamentar", afirmou Nunes.

Nunes disse que "não há outro caminho a não ser judicializar para buscar a reparação por conta de um ato desses".

No evento de 1º de Maio em São Paulo, Lula classificou a eleição deste ano na capital como "verdadeira guerra" e pediu para que seus eleitores votem em Boulos.

Os dois dividiram palco em ato realizado pelas centrais sindicais em comemoração ao Dia do Trabalhador, e a manifestação do presidente foi vista por especialistas como indício de infração eleitoral por campanha antecipada.

"Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições", disse Lula. "Vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula em 89, em 94, em 98, em 2006, em 2010, em 2018… 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo."

Houve reação também do presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), que afirmou que Lula "foi a São Paulo com a estrutura do governo para fazer campanha eleitoral contra o MDB, partido com três ministros que têm feito um trabalho exemplar para o país".

"Respeitar a lei eleitoral é respeitar a democracia. O chefe da nação deveria dar o exemplo. Importante ressaltar ainda que, no Congresso Nacional, nossos 44 deputados e 11 senadores têm tido uma ação colaborativa-propositiva desde 2023", declarou Baleia nas redes.

O advogado do diretório municipal do MDB, Ricardo Vita Porto, afirmou em nota que o partido vai buscar na Justiça Eleitoral uma multa a Lula e Boulos por campanha eleitoral antecipada. Além disso, Porto vai pedir que o Ministério Público apure os gastos com o evento sindical "com o objetivo de se promover candidatura" para verificar se houve abuso de poder econômico e de autoridade.

A legislação eleitoral impõe restrições à propaganda na chamada pré-campanha e proíbe pedido de voto. Advogados consultados pela 💥️Folha afirmaram ver indícios de ilícito eleitoral na fala de Lula, que ficaria sujeito a ser punido com multa de R$ 5.000 a R$ 25 mil.

Nunes disse que, "por ser um presidente da República, a experiência que ele tem, obviamente, sabia o que estava fazendo".

Mais cedo, pela manhã, Nunes minimizou sua ausência no ato organizado pelas centrais sindicais e criticou a ação ajuizada pelo governo Lula contra a desoneração da folha de pagamentos.

Na agenda do prefeito para este 1º de Maio predominam eventos religiosos. Questionado sobre por que decidiu não ir à celebração planejada pelas centrais sindicais, Nunes disse que tinha outras agendas. "Bom evento para eles."

A resposta foi dada pela manhã, em Ermelino Matarazzo, na zona leste, onde Nunes participou de uma missa de ação de graças dedicada aos trabalhadores. Depois ele foi à inauguração do Viaduto Castelo Branco em Santo André, cidade vizinha.

Em Santo André, ele trocou elogios com o prefeito Paulo Serra, presidente estadual do PSDB, partido que Nunes ainda tenta atrair para sua coligação, mas que lançou José Luiz Datena e flerta com Tabata Amaral (PSB).

Nunes afirmou que ele e Serra mantêm um "trabalho conjunto". "A gente tem uma administração muito parecida, a minha e a do Paulo Serra, como era a do Bruno Covas. Então, acho que as coisas vão se afunilar para isso, para [o PSDB] continuar junto. [...] Não tem nenhuma lógica o PSDB lançar um candidato contra uma administração onde ele tem predominância", afirmou o prefeito paulistano, listando a participação tucana em seu governo.

Durante a tarde, Nunes voltou a São Paulo para uma celebração com pastores evangélicos na região oeste e, à noite, participará de dois cultos na zona leste.

A bandeira religiosa é um dos pilares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apoiará a reeleição de Nunes em São Paulo.

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