Novelas brasileiras vivem regressão temática que remete a primórdios da TV

Os sinais estavam todos aí, à disposição de quem ainda tem prazer em ver folhetins na televisão, mas faltava alguém dizer com todas as letras. As novelas brasileiras vivem um retrocesso temático que remete aos primórdios do formato.

As novelas bíblicas da Record e as tramas fantasiosas de Walcyr Carrasco no horário nobre da Globo a partir da metade da década passada são produtos que ajudam a entender esta nova fase, segundo o roteirista, dramaturgo e diretor teatral Lucas Martins Néia.

Num livro recém-publicado, "Como a Ficção Televisiva Moldou um País", versão de sua tese de doutorado, Néia busca dialogar com outros estudiosos que estabeleceram grandes marcos temporais da teledramaturgia brasileira, em especial as professoras Maria Immacolata Vassallo de Lopes e Esther Hamburguer.

Resumindo muito, aqui, esta periodização da telenovela no Brasil estabelece como primeira fase o período de 1963 a 1968, chamado de "fantasia" ou "sentimental", com tramas água com açúcar e heróis de capa e espada. A segunda fase, de 1968 a 1990, "nacional-popular" ou "realista", é aquela em que a realidade brasileira aparece em primeiro plano.

Na terceira fase, de 1990 a 2015, "de intervenção" ou "naturalista", as novelas propõem ações de responsabilidade para atenuar as mazelas do país.

Néia levou em conta 677 telenovelas diárias exibidas entre 1963 e 2023. Ele propõe em seu estudo uma quarta fase, batizada como de "neofantasia" ou "neossentimental", que vigora desde 2015. A emergência desta nova etapa tem, como símbolo maior, "Os Dez Mandamentos", de Vivian de Oliveira, que a Record exibiu com sucesso de audiência a partir de 2015.

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