Sem churrascaria, premiê do Japão encerra em SP sua visita ao Brasil

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, encerrou sua visita ao Brasil neste sábado (4) com uma série de encontros com a comunidade japonesa, empresários, acadêmicos e o vice-presidente Geraldo Alckmin, em São Paulo.

A viagem, primeira de Kishida ao Brasil na posição de primeiro-ministro —ele havia vindo como ministro das Relações Exteriores em 2013—, foi feita com o objetivo de fortalecer os laços econômicos com a América do Sul e fazer um contraponto aos esforços de China e Rússia para liderar países em desenvolvimento.


Em seu discurso final, para um grupo de jornalistas brasileiros e japoneses, afirmou que vem se esforçando, em um contexto de aumento das tensões mundiais, para demonstrar a determinação do Japão no desenvolvimento das relações diplomáticas. Disse que Brasil e Paraguai, também incluído no giro pela América do Sul, são parceiros insubstituíveis e ricos em recursos minerais, energia, alimentos e população jovem, embora ainda enfrentem disparidade social e pobreza.

Mais cedo, foi ao Bunkyo, sociedade cultural nipônica, no bairro da Liberdade, onde foi recebido por um grupo de sobreviventes da bomba de Hiroshima que vivem no Brasil, posou para fotografias, discursou para cerca de 400 pessoas e prometeu um novo programa de intercâmbio com cerca de mil pessoas de comunidades nipônicas da América Latina nos próximos três anos.


Ele também fez um pronunciamento na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde anunciou uma carta de intenções entre a USP e uma universidade japonesa para promover conferência de reitores.

A agenda na capital paulista teve ainda passagens pelo centro cultural Japan House, na avenida Paulista, e pelo parque Ibirapuera para depositar flores no Ireihi, memorial em homenagem aos imigrantes pioneiros da comunidade, ao lado do Pavilhão Japonês.

No início da noite, participou de um fórum com Geraldo Alckmin ao lado de representantes empresariais, mas não se manifestou sobre o pleito que ouviu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia anterior, em Brasília, quando o petista brincou que o vice-presidente deveria levar Kishida a uma boa churrascaria em São Paulo para convencer o país asiático a comprar carne bovina do Brasil.

A demanda pela abertura do mercado japonês para a carne brasileira já dura quase 20 anos. Os principais fornecedores do produto ao Japão atualmente são os Estados Unidos e a Austrália. Apesar da sugestão de Lula, a agenda de Kishida em São Paulo não incluiu uma churrascaria. Ele almoçou pratos japoneses no Bunkyo.

O premiê até adicionou referências gastronômicas aos seus discursos na capital paulista, embora distantes da proteína. Em tom de brincadeira, disse que gostaria de ver o okonomiyaki —prato típico de Hiroshima, província de origem de sua família— tão popular quanto o yakisoba no Brasil, e se disse surpreso com a grande quantidade de temakerias que viu em São Paulo.

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