Dureza e beleza na Copa do Brasil

O meio da semana que passou teve 15 jogos da primeira rodada da Copa do Brasil.

Neles pelo menos três grandes da Série A obtiveram vitórias muito mais apertadas do que imaginavam contra equipes da Série B e até da D.

Flamengo e Palmeiras venceram o Amazonas e o Botinha, ambos da B, por apenas um gol de diferença, o rubro-negro sob vaias no Maracanã, e o alviverde, no derradeiro segundo dos acréscimos, também em casa, graças ao menino Estêvão.

Insatisfação ampla, geral e irrestrita na Gávea; alívio na Água Branca.

Já o abagunçado Corinthians precisou virar o jogo que perdia, em Natal, para o América, da Série D, e se valer de excepcional atuação do goleiro Carlos Miguel.

1 a 0 no Rio de Janeiro, 2 a 1 em São Paulo, mesmo placar no Rio Grande do Norte.

Outros três jogos terminaram empatados: sem gols entre Operário de Ponta Grossa (B) e Grêmio, 1 a 1 para Sousa da Paraíba (D) e Bragantino e também 0 a 0 entre duas forças da A, Fortaleza e Vasco, nem os cruzmaltinos sabem bem como.

Em outros embates de Série A, vitórias dos mandantes, por 1 a 0, entre Botafogo e Vitória e Goiás e Cuiabá.

Por dois gols de diferença apenas os triunfos dos visitantes Fluminense e São Paulo: 2 a 0 contra o Sampaio Corrêa (C) e 3 a 1 contra o Águia de Marabá (D), com dez jogadores desde o primeiro tempo, vítima do intervencionismo do VAR da CBF.

E o mandante Atlético Mineiro venceu o Sport (B), por 2 a 0.

Para finalizar, o Ypiranga de Erexim (C) derrotou o Athletico Paranaense por 2 a 1, de virada, ambos os gols nos acréscimos do segundo tempo.

A vida é dura na Copa do Brasil, e aí está a maior beleza dela, ao permitir aos pequenos derrotar os grandes.

Não por acaso, o Criciúma foi o campeão, em 1991, contra o Grêmio; o Juventude, em 1999, contra o Botafogo, no Maracanã com mais de 100 mil torcedores; o Paulista de Jundiaí, em 2005, contra o Fluminense, ao repetir a façanha, no ano anterior, do Santo André sobre o Flamengo.

Se o mata-mata possibilita tais surpresas, e na Europa dá-se o mesmo, atualmente o nível baixo de nosso futebol haverá de ensejá-las ainda mais.

E olhe que, diferentemente do que acontece no Velho Continente, aqui ainda temos jaboticabas do tipo impedir que o Águia de Marabá jogue em sua casa, porque o estádio Zinho de Oliveira, palco também dos jogos do clube indígena Gavião Kyikatejê, tem capacidade para 5.000 pessoas.

Ora, obrigar o Águia a ir para Belém, a 565 quilômetros de distância, mais de oito horas de viagem por estrada, é contrariar o espírito democrático responsável pela criação da Copa do Brasil.

Em vez de garantir segurança e bom gramado, seja em que estádio for, como na Europa, a CBF obrigou o time campeão paraense de 2023 a ir ao Mangueirão, para 55 mil torcedores, onde o tricolor paulista praticamente jogou em casa, frustrando os moradores de Marabá, afinal, a cidade que merecia o prêmio de vê-lo de perto.

Veremos como se comportarão os assustados grandes nos jogos de volta, na terceira semana deste mês, alguns em casa como o Corinthians, outros em Manaus e Ribeirão Preto, como Flamengo e Palmeiras.

O maior campeão da Copa, o Cruzeiro, hexacampeão, está fora dela, eliminado pelo Sousa, o mesmo que endureceu para o Bragantino.

Quer clube mais brasileiro que o Sousa?

Só se fosse Silva.

O que você está lendo é [Dureza e beleza na Copa do Brasil].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...