Afastar, Alterar, Aceitar e Adaptar. Os quatro passos fundamentais para lidar com o stress Lifestyle

“Milhões de pessoas pelo mundo fora têm perceções exageradas do que se passa nas suas vidas. Por isso sofrem de stress e ansiedade, grandes potenciadores de infelicidade crónica, que podem provocar problemas como taquicardia, dores de cabeça, náuseas, tensão muscular, tonturas, tremuras, suores, insónia, desregulação hormonal, alterações da líbido e do apetite, depressão e muito mais”. O cenário é-nos traçado na apresentação à obra ✅Não Penses Demais (edição Lua de Papel), escrita pelo especialista americano em Psicologia Comportamental Nick Trenton. No seu livro, o autor partilha um conjunto de 23 técnicas para aliviar o stress, quebrar espirais negativas, limpar a mente e focar-se no presente.

 Uma “libertação de prisões mentais autoimpostas”, proposta pelo autor norte-americano nas páginas do seu guia. Nick Trenton convida o leitor a parar de pensar demais (overthinking), ensinando-o a libertar a sua mente das preocupações que o consomem, a gerir melhor o tempo e a evitar a ansiedade que as ruminações mentais provocam.

Nas perto de 180 páginas de ✅Não Penses Demais, Nick Trenton traz-nos exemplos como o de James e Angie, pessoas que pensam demais, que se enredam em distorções cognitivas e ruminação mental, ora angustiando-se com o passado, ora tentando prever o futuro. No fundo e como nos relata o autor no livro, “o cérebro parece fuguir ao nosso controlo”. “Muitas das pessoas que pensam demais estão à mercê de um cérebro hiperativo, precisamente porque não reconhecem o que está, de facto, a acontecer”, sublinha Trenton que elenca junto do leitor as origens da ansiedade e parte para a resolução do problema.

💥️Os quatro ‘as’ fundamentais para lidar com o stress

Esta técnica pode ser um salva-vidas numa tempestade de stress e ruminação mental. Só precisa de se lembrar destas quatro técnicas começadas por “A”: 💥️Afastar, Alterar, Aceitar e Adaptar. Basta isto para nos sentirmos confortáveis, saber que há apenas estas quatro formas de responder ao stress que se nos depara na vida.

A primeira coisa a fazer é 💥️afastar. Parece francamente simples, mas há uma série de aborrecimentos na vida aos quais não podemos fugir. Não podemos controlar tudo na nossa existência, mas podemos organizar o nosso contexto para não termos de frequentar ambientes stressantes ou privar com pessoas que nos cansam. Se formos honestos, iremos perceber que muito do stress na nossa vida é voluntário – e não é preciso admiti-lo!

Nick Trenton cresceu no meio rural do estado norte-americano do Illinois. Mais tarde largou a quinta da família, formou-se em Economia e fez um mestrado em Psicologia Comportamental. É um esquiador talentoso e sonha viajar pelo mundo e apresentar um programa de gastronomia como Anthony Bourdain o fazia. Mora em Chicago.

Pense no que o desgasta no que o rodeia e no que pode fazer para o moderar ou afastar completamente. Imagine alguém que detesta a multidão com que se depara quando vai às compras todos os sábados de manhã. Sabendo que isso o deixará stressado, pode reprogramar a agenda e fazer as compras semanais numa altura mais calma, numa quinta-feira à noite, por exemplo. Não precisa de gerir o stress na confusão de um supermercado se pura e simplesmente se 💥️afastar.

Da mesma forma, pode afastar-se das pessoas que o deixam stressado. Considera que o seu nível de stress bate recordes quando os seus pais vêm passar férias? Arranje maneira de os instalar num alojamento nas redondezas com dormida e pequeno-almoço, ou tente evitar planear qualquer atividade que implique manterem-se fechados numa sala durante horas sem mais nada para fazer do que deixarem-se uns aos outros de cabelos em pé.

Quando afasta ou evita o stress, não está a fugir das suas obrigações ou a rejeitar problemas genuínos. Está simplesmente a aprender a dizer “não” ao stress desnecessário e prejudicial. Podemos sempre afastar-nos de situações e pessoas que exigem demasiado de nós e dos nossos recursos. Esses recursos podem significar energia mental e atenção, mas também podem significar tempo. Se alguma coisa na sua vida está a consumir todo o seu tempo, ✅pode rejeitá-la.

Analise a sua lista de tarefas e livre-se dos dois ou três assuntos que não são urgentes nem prioritários. Delegue tarefas ou deixe outra pessoa assumir a responsabilidade. Não tem de fazer tudo! Por isso, da próxima vez que se deparar com uma perspetiva stressante, faça a si próprio a seguinte pergunta: “Será que posso evitar isto?” Se puder, força.  Se não, irá precisar de encontrar maneiras de mudar a situação, ✅i. e., de a 💥️alterar.

Tem sempre a possibilidade de pedir aos outros para mudarem o seu comportamento. Por exemplo, se os trabalhadores lá fora estão numa algazarra, pode pedir-lhes educadamente para fazerem uma pausa durante dez minutos enquanto acaba uma importante chamada telefónica. Transmita as suas necessidades e sentimentos sem rodeios, em vez de ficar a sofrer em silêncio. Se nunca disser aos seus amigos que aquelas piadas estúpidas o magoam, pode esperar sentado e suportar esse fardo para sempre, quando teria sido muito fácil exprimir esses sentimentos e pedir-lhes para pararem.

Não podemos evitar todo o stress na nossa vida, mas muitas vezes temos uma palavra a dizer quanto à forma como os acontecimentos evoluem. Fale com as pessoas, negoceie, afirme o seu “eu” para partilhar as suas necessidades e dizer o que pretende. Se não conseguir evitar ir às compras ao sábado de manhã, instale um ✅audiobook no seu telemóvel e ouça-o enquanto se abastece, se isso o descontrair. Se não conseguir evitar aquela reunião extraordinária da Associação de Pais, tente juntá-la a outras tarefas que já tem programadas, de forma a economizar tempo, esforço e eventualmente combustível para o automóvel. Também pode focar-se em alterar compromissos que não pode evitar, adequando o tempo que lhes dedica. Se não pode recusar ir àquela festa entediante, então vá, mas seja frontal quando chega e diga: “Infelizmente, terei de sair daqui a uma hora, porque amanhã tenho de me levantar muito cedo!”

Se não consegue evitar situações desgastantes, pergunte-se o que poderá fazer para alterar essa atitude.

Se a sua resposta for: “Não muito”, então poderá ter de ir mais longe e de o 💥️aceitar.

Como é que aceitamos uma situação que nos desagrada? Primeiro, se não lhe agrada, não lhe agrada. Aceitar não significa fingir não sentir o que sente; trata-se apenas do reconhecimento de que ✅não faz mal sentir-se dessa forma. Valide as suas próprias emoções e aceite-as. Por exemplo, o seu namorado enviou-lhe agora uma mensagem a acabar a relação, e não há muito que possa fazer quanto à decisão que ele tomou. Mas pode trabalhar para aceitar a situação, telefonando a um amigo para partilhar com ele os seus sentimentos.

Se for uma situação em que se sente injustiçado, a aceitação pode passar por tentar arranjar forma de perdoar. Lembre-se de que o perdão é algo que faz por si próprio e não pela outra pessoa. Quando perdoamos, estamos a libertar-nos do stress e da energia de ficarmos ressentidos e culparmos o outro.

A aceitação também pode passar por mudanças subtis na maneira como enquadramos as situações. Não podemos mudar os acontecimentos, mas podemos perceber como nos referimos a eles intimamente, e qual a linguagem que usamos. Por exemplo, em vez de dizermos: “Não consegui fazer o curso e desperdicei o meu dinheiro. Sou mesmo burro por não me ter esforçado”, pode simplesmente afirmar: “Cometi um erro, e sinto-me mesmo triste por isso. No entanto, este episódio não me define. Consigo aprender com os erros e seguir em frente. Da próxima vez farei melhor.” A aceitação não é concordarmos com o que se passou ou considerarmos que correu bem e que não o vamos mudar. Significa apenas que aceitamos airosa- mente o que, de forma realista, não podemos alterar, para nos concentrarmos no que podemos.

A longo prazo, se nos conseguirmos 💥️adaptar, iremos enfrentar melhor o stress. A adaptação significa fazer alterações mais duradouras à forma como encaramos o mundo, os nossos objetivos, as nossas perceções e expectativas. Lembre-se de alguém que seja perfecionista e que ande sempre stressado por não conseguir estar à altura dos seus padrões exigentes. A melhor abordagem não é encontrar forma de se transformar em Super-Homem, mas sim ter expectativas menos exigentes e mais razoáveis, adaptadas à realidade.

A adaptação ao stress significa mudarmo-nos ✅a nós mesmos para enfrentarmos melhor a vida. Podemos simplesmente recusar ter pensamentos depressivos e empenharmo-nos deliberadamente em sermos mais otimistas. Quando mudamos a nossa perspetiva, podemos encarar as situações com outros olhos. Será que isto é uma “crise” ou um “desafio”? Como nos irá parecer este obstáculo quando dissermos a nós próprios “Sou uma pessoa resiliente” em vez de “A vida não é justa, como sempre isto vai acabar mal”?

não penses demais créditos: Lua de Papel

Quando nos adaptamos ao stress, arranjamos maneira de nos tornarmos mais fortes. Construímos uma visão própria do mundo, que nos dá força. Por exemplo, podemos ganhar o hábito de fazer uma “lista de gratidão” diária sobre todas as coisas fantásticas com que a vida nos abençoou. Outros irão meditar no seu “código” pessoal ou ter um mantra quotidiano que lhes recorde como são fortes e como conseguem ultrapassar a adversidade. Se tivermos um arsenal de atitudes poderosas, ideias, filosofias e inspiração, podemos abordar o mundo sabendo que conseguimos gerir o stress – e talvez até sermos melhores pessoas por isso!

Então, estes são os quatro “as” da gestão do stress. Quando começa a sentir-se ansioso, faça uma pausa e lembre-se deles em sequência. Independentemente de quão stressante é a situação, há uma forma de lidar com ela atenta e proativamente. Não está de mãos atadas perante o stress: tem ferramentas à sua disposição! Para usar essas ferramentas, tudo o que precisa é de tomar consciência.

Por exemplo, pode ter um colega no trabalho que todos os dias o deixa stressado. Em vez de se sentir arrasado, dizendo a si próprio que nada pode fazer quanto a isso, pare e considere apenas se pode ✅afastar esse colega. Se calhar, consegue almoçar num horário diferente para evitar encontrá-lo no refeitório, ou talvez possa mudar de lugar, de forma a trabalhar longe dele. Mas digamos que não pode evitar encontrá-lo em reuniões semanais, que é onde ele o interrompe com frequência e rouba as suas ideias.

Analise se há formas de ✅alterar a situação. Pode furtar-se a essas reuniões? Pode falar com o seu colega em privado e partilhar as suas preocupações (“Ultimamente, fico desconfortável nas reuniões e sinto-me desautorizado quando me interrompes”)? Será que pode falar com franqueza nas reuniões e estabelecer limites mais restritivos durante as suas intervenções? Se nada disto for de facto possível, pode sempre ✅aceitar a situação até certo ponto. Pode abrir-se com um amigo sobre as suas frustrações ou chegar à conclusão de que, na verdade, esse colega interrompe toda a gente, pelo que deixa de levar a questão a peito ou de se stressar com isso.

Por último, pode ✅adaptar-se, esforçando-se para se tornar uma pessoa mais confiante e assertiva. Quando sentir genuinamente que tem tanto direito a expressar-se como todos os outros, então poderá sentir-se mais confiante a dizer “Desculpa, mas ainda não terminei”, e prosseguir tranquilamente.

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