Retomada das relações com a Venezuela pode resolver drama de yanomamis

No dia 21 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou à Terra Indígena (TI) Yanomami, em Roraima, para apurar a situação da etnia. As fotos compartilhadas pelo governo e pela imprensa de casos de desnutrição e doenças entre os indígenas logo virou alvo de desinformação.

O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, investigado no inquérito das fake news e das milícias digitais, seria autor da fake news - checada pelo ysoke - de que as imagens eram de refugiados venezuelanos no Brasil e não do povo que habita o país.

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1 - Grupo de Investigaciones sobre la Amazonía. - Grupo de Investigaciones sobre la Amazonía.

Já em novembro de 2022, o Observatório de Ecologia Política (OEP) da Venezuela registrou que pelo menos quatro indígenas foram assassinados por "grupos armados estrangeiros que controlam a exploração de ouro" ao longo do ano passado.

A situação de vulnerabilidade, porém, não é apenas em relação à violência imposta aos povos originários, mas também pela crise sanitária, com proliferação de doenças, como a malária, e a desnutrição. As consequências do garimpo ilegal na região são contaminação das águas por mercúrio, que contamina os peixes e, assim, acumula-se em todos os organismos da cadeia alimentar.

Antes mesmo do crescimento da invasão garimpeira dos últimos quatro anos, uma pesquisa publicada em 2011 pela Fundación La Salle analisou amostras de cabelo de mulheres que vivem próximas ao rio Caura (afluente del Orinoco) e 92% delas já estavam com concentração de mercúrio superior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

Ações conjuntas

2 - Grupo de Investigaciones sobre la Amazonía. - Grupo de Investigaciones sobre la Amazonía. Estima-se que 15 mil Yanomami vivam do lado venezuelano.

Para Montenegro, a retomada das relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela é também um momento de esperança para que os governos trabalhem juntos para resolver a situação dos povos originários na fronteira e a mineração ilegal.

Os Yanomami não sabem se estão no Brasil ou na Venezuela, eles sabem apenas que estão em seu território há séculos. Para eles, não existem essas fronteiras políticas e ideológicas. Eles estão apenas andando no seu próprio território e isso deve obrigar os governos a adotar uma política de coordenação conjunta para garantir seus direitos, 💥️Luis Betancourt Montenegro.

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