ParanÁfrica: A história esquecida de Curitiba, capital mais negra do Sul

💥️Um roteiro oferecido aos fins de semana em Curitiba (PR) está recontando a história da capital paranaense a partir de um ângulo por vezes esquecido: o de sua população negra.

Promovida desde 2015 pelo Centro Cultural Humaitá, a Linha Preta, como é chamado o projeto, apresenta referências históricas e culturais da cidade ao longo de, aproximadamente, três horas de percurso a pé, em 21 pontos de visitação. Cerca de 14 mil pessoas, entre turistas e moradores, já percorreram a rota.

Com 24% dos habitantes autodeclarados negros, de acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Curitiba é considerada a capital mais negra no Sul do país.

Ainda assim, durante o passeio, muitos moradores se surpreendem ao descobrir mais sobre a história da cidade, conta Melissa Reinehr, responsável pelo roteiro junto com o zelador cultural Adegmar José da Silva, conhecido como Mestre Kandiero.

"💥️As pessoas sentem que foram enganadas, traídas, se emocionam por saber o que houve de injustiça no passado. Querem fazer algo para reverter essa história", diz ela.

Dentre as principais paradas do roteiro, estão praças, igrejas, ruínas e monumentos no Centro Histórico de Curitiba. Na companhia de Melissa, os visitantes podem conhecer, por exemplo, a história das Arcadas do Pelourinho, ao lado do Paço da Liberdade.

💥️Instalado em 1668, o pelourinho da então Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais representava a fundação de uma vila, mas também o espaço para castigar pessoas escravizadas.

Ao longo das conversas, muitos curitibanos acabam se surpreendendo ao descobrirem um outro lado da história de sua cidade  - Divulgação/João Damas - Divulgação/João Damas No Linha Preta, os passeis duram  três horas a pé, com direito a 21 pontos de visitação - Divulgação/João Damas - Divulgação/João Damas O zelador cultural Adegmar José da Silva, conhecido como Mestre Kandiero - Divulgação/João Damas - Divulgação/João Damas O zelador cultural Adegmar José da Silva, conhecido como Mestre Kandiero

Desde então, o projeto já atendeu cerca de 350 grupos. "Nos moldamos a cada edição. A depender de cada grupo, um aspecto é mais ressaltado, como o arquitetônico, ou envolvendo religiões. É tanta informação que conseguimos sempre fazer uma Linha Preta diferente da outra", diz Kandiero.

Durante a pandemia, a experiência foi adaptada para o espaço virtual, com a oferta de palestras online sobre a Linha Preta. Hoje, além das datas oferecidas ao público em geral, é possível agendar o tour pelas redes sociais, com o custo de R$ 40 por pessoa. O Centro Cultural Humaitá estuda, ainda, a possibilidade de oferecer edições quinzenais. A próxima está marcada para o dia 13 de maio.

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