Aquecimento global e mudanças climáticas são a mesma coisa?

eventos climáticos extremos, eles se referem a fenômenos diferentes. 💥️Aquecimento global e mudanças climáticas não são a mesma coisa, mas estão intimamente ligados: as mudanças climáticas são uma consequência direta do aquecimento global.

Para entender melhor, vale lembrar que o planeta Terra é envolvido por uma camada de gases, a atmosfera. Por ali, há, entre outros, oxigênio, nitrogênio, argônio e CO2 (gás carbônico) - este último, historicamente, na concentração de aproximadamente 0,03%. O problema é que esse número vem aumentando nas últimas décadas, fazendo o gás carbônico intensificar o efeito estufa.

O efeito estufa é o processo pelo qual os gases na atmosfera da Terra retêm o calor do Sol. Esse fenômeno natural é necessário para manter o planeta habitável. Porém, 💥️o excesso de gases do efeito estufa gera desequilíbrio climático e aquecimento global, que é a elevação da temperatura média do planeta além do necessário para a vida ser possível.

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Qual é o papel das emissões de carbono na crise climática?

Com isso, diversos fenômenos climáticos e físicos acabam se desregulando também. Você já deve ter percebido e sentido o 💥️aumento na frequência e na intensidade de ondas de calor, chuvas, secas e ventos, além da elevação do nível do mar. Esse conjunto de alterações é que são as mudanças climáticas.

Como sabemos que há mais gás carbônico na atmosfera?

Há décadas, cientistas de todo o mundo analisam amostras de ar e efetuam medições técnicas desse e de outros gases causadores do efeito estufa.

Ao longo dos últimos milhões de anos, durante todos os ciclos entre eras glaciais e períodos quentes, a concentração de gás carbônico na atmosfera nunca passou de 300 ppm (partes por milhão). No final da última era glacial, registrou 280 ppm. Hoje gira em torno de 410 ppm.

💥️Além disso, entre 1800 e agora, o aumento foi 70% maior e 200 vezes mais rápido do que quando a Terra saiu da última era glacial.

Outro dado alarmante: a concentração dos gases de efeito estufa atingiu um recorde no ano de 2022, quando ficou 50% acima dos níveis da era pré-industrial, segundo um boletim da OMM (Organização Meteorológica Mundial) divulgado no fim de 2023.

Por que isso acontece?

A ação do homem é apontada pelos cientistas como o principal motivo - observe que a diferença entre os dados pré e pós-Revolução Industrial, ocorrida no século 18, são bastante marcantes. Foi nessa época que mais gases de efeito estufa passaram a ser emitidos na atmosfera por atividades como:

  • Agropecuária
  • Descarte de resíduos sólidos
  • Desmatamento
  • Geração de energia
  • Transportes

O que indica que o planeta está mesmo mais quente?

Assim como no caso dos gases causadores do efeito estufa, essa informação é obtida por medições técnicas. Registros meteorológicos de satélites e dados colhidos na superfície da Terra mostram que a temperatura média aumentou cerca de 1 grau Celsius desde o final do século 19.

Os levantamentos revelam ainda que os anos entre 2015 e 2022 foram os oito mais quentes já registrados.

Em áreas urbanas, o aumento de temperatura é ainda maior: "Alguns centros possuem registro de aumento até 3,5 graus Celsius na temperatura média em relação a 50 ou cem anos atrás", aponta o biólogo Tiago da Silveira Vasconcelos, pesquisador da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho)."Isso acontece por conta da eliminação de pontos de amortecimento de clima - em suma, árvores são substituídas por concreto -, que poderiam amenizar as temperaturas durante o período mais quente do dia, trazendo também uma biodiversidade maior, que, em última instância, melhoraria a qualidade de vida das pessoas."

Se a Terra está mais quente, por que ainda faz frio?

"O aumento do gás carbônico na atmosfera, que aquece o planeta, desregula o clima, que é um sistema variável e complexo, que envolve diversos fatores, incluindo a circulação de ar e de água no oceano", diz Vasconcelos, da Unesp. "E o principal resultado disso não são apenas ondas de calor, mas eventos climáticos extremos em geral."

O professor e pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Qualidade do Ar da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo) Neyval Costa Reis Junior dá exemplos: "Com a atmosfera mais aquecida, com mais energia, a água evapora mais rápido e com mais intensidade, causando episódios de seca mais fortes; e, com essa maior evaporação, as nuvens formadas também são mais vigorosas, dando origem a chuvas mais excessivas."

Nos países do hemisfério Norte, onde, na média, os invernos têm se tornado menos frios e mais curtos, um exemplo desses eventos extremos são as ondas de frio, com rajadas de neve e gelo e ventos de centenas de quilômetros por hora. Isso porque, assim como o planeta, os oceanos e a atmosfera também estão mais quentes, o que aumenta a quantidade de água que evapora no ar e as precipitações - seja de água ou neve.

Fonte: ✅Tiago da Silveira Vasconcelos, biólogo e pesquisador da Unesp; Neyval Costa Reis Junior, professor e pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Qualidade do Ar da UFES; Nasa Science; NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos); ONU e Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP

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