Trump é criticado por dizer que judeus que votam em democratas odeiam Israel

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou indignação na Casa Branca, no Partido Democrata e em líderes de grupos judaicos ao dizer que os judeus americanos que votam em democratas odeiam sua religião e Israel.

"Qualquer pessoa judia que vote nos democratas odeia sua religião, odeia tudo sobre Israel e deveria se envergonhar. O Partido Democrata odeia Israel", disse Trump em entrevista com seu ex-conselheiro Sebastian Gorka, publicada nesta segunda-feira (18).

Grupos como a Liga Anti-Difamação, o Comitê Judaico Americano e o Conselho Democrático Judaico da América, condenaram os comentários do republicano por vincular a religião à forma como as pessoas votam.

"Acusar os judeus de odiarem a sua religião porque poderiam votar num determinado partido é difamatório e patentemente falso. Os líderes sérios que se preocupam com a histórica aliança EUA-Israel deveriam concentrar-se em fortalecer, em vez de desmantelar, o apoio bipartidário ao Estado de Israel", afirmou no X o presidente da Liga Anti-Difamação, Jonathan Greenblatt.

"Outro dia, outra declaração antissemita de Donald Trump, que tem repetidamente difamado a esmagadora maioria dos judeus americanos. Ele nos chamou de 'desinformados ou desleais' pela primeira vez em 2023 e repetiu isso hoje. O sentimento é mútuo", disse Halie Soifer, presidente do Conselho Democrático Judaico da América.

Questionada sobre os comentários de Trump, a Casa Branca criticou o ex-presidente e rival de Joe Biden na eleição de novembro. "Não há justificativa para espalhar estereótipos tóxicos e falsos que ameaçam os concidadãos", disse o porta-voz da Casa Branca, Andrew Bates, em comunicado.

"Trump está fazendo discursos altamente partidários e odiosos. Estou trabalhando de forma bipartidária para garantir que a relação EUA-Israel se mantenha por gerações, sustentada pela paz no Oriente Médio", afirmou o democrata Chuck Schumer, líder da maioria no Senado.

Na última quinta-feira (14), Schumer, pessoa eleita de origem judaica com mais alto cargo nos Poderes dos EUA e apoiador de longa data de Israel, criticou o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, dizendo que ele é um obstáculo à paz cinco meses após a guerra em Gaza.

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Biden disse que muitos americanos compartilham das preocupações de Schumer, e Netanyahu chamou de inapropriado o discurso do senador.

O porta-voz do Comitê Nacional Democrata, Alex Floyd, afirmou em comunicado também nesta segunda-feira que os judeus americanos "merecem algo melhor do que os ataques repugnantes e ofensivos que Trump continua a lançar contra a comunidade judaica".

Já a campanha de Trump defendeu seus comentários. "O Partido Democrata se transformou em um bando totalmente anti-Israel, antissemita e pró-terrorista", disse a porta-voz da campanha do republicano, Karoline Leavitt, em comunicado.

A Coalizão Judaica Republicana também defendeu os comentários de Trump. O porta-voz da organização, Sam Markstein, afirmou que não sabia o que Trump quis dizer com seu comentário de que os judeus americanos que votam nos Democratas odeiam sua religião, mas que as posições dos democratas eram problemáticas.

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