BC não deveria votar meta de inflação, apenas cumprir, diz Galípolo

O diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil e ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, defendeu nesta quarta-feira (24) que o papel do BC seja apenas o de cumprir e não estabelecer metas de inflação.

Segundo ele, essa função deve caber a um poder eleito democraticamente, que é responsável por determinar o mandato dos diretores do Banco Central.

"Estamos aqui recebendo um mandato. Assim como na empresa de todos vocês, meta não é para se discutir, meta é para se perseguir", afirmou Galípolo a uma plateia de investidores e empresários reunidos em São Paulo no Upload Summit.

"Eu sou até de uma posição talvez mais radical aqui, de que acho que o BC nem deveria no CMN [Conselho Monetário Nacional] votar na meta de inflação", disse. E "nós [do BC] temos a autonomia para perseguir essa meta. Então, para a gente, não passa a discussão no Copom [Comitê de Política Monetária] se a meta está baixa demais, está alta demais", completou.

A fala aconteceu após Galípolo ser questionado sobre o centro da meta de inflação estabelecida no Brasil, de 3%, considerada baixa por muitos. Segundo ele, esse é um "não tema" para um diretor de Política Monetária.

"Cabe colocar os economistas, especialistas e os economistas de mercado produzir essa discussão da maneira que se julgar mais pertinente".

Atualmente, o colegiado do CMN, responsável por estabelecer as metas de inflação, é composto por três cadeiras, ocupadas pelo presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto), pelo ministro da Fazenda (Fernando Haddad) e pela ministra do Planejamento e Orçamento (Simone Tebet).

O centro da meta determinada no ano passado é de 3% para o acumulado de 2024. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais. Assim, a meta será cumprida se o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficar no intervalo de 1,5% a 4,5%.

As falas de Galípolo sobre o papel do Banco Central em relação às metas de inflação chamam atenção, já que ele é o principal cotado para assumir a presidência da autarquia quando Roberto Campos Neto, atual comandante do BC, encerrar seu mandato ao final deste ano.

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