Por que inclusão financeira deve andar junto com educação financeira?

Na busca por um desenvolvimento econômico verdadeiramente inclusivo, o acesso ao crédito para a base da pirâmide emerge como um fator crucial.

Essa camada da sociedade, composta de milhões de pessoas em situação de baixa renda, muitas vezes enfrenta dificuldades significativas para obter empréstimos e financiamentos que poderiam impulsionar seu crescimento pessoal e econômico.

Quando indivíduos da base da pirâmide têm acesso a crédito, eles podem investir em sua educação, iniciar ou expandir pequenos negócios, adquirir ativos produtivos e melhorar suas condições de vida de maneira significativa.

Além disso, o acesso a crédito não apenas fortalece os indivíduos, mas também beneficia comunidades inteiras. Empreendimentos locais prosperam, novos postos de trabalho são criados e a economia local recebe um impulso vital.

Isso não apenas reduz a pobreza, mas também promove a resiliência econômica e a estabilidade social.

No entanto, é importante reconhecer o lado negativo do acesso ao crédito. Os cartões de crédito podem incentivar gastos não planejados, enquanto os juros do crédito rotativo estão entre os mais elevados do mundo.

De acordo com dados do Banco Central, essas taxas podem alcançar até 1.000% ao ano, dependendo da instituição financeira. Em 2023, o maior valor registrado foi de 652,85% ao ano.

Portanto, caso o consumidor não administre adequadamente suas finanças ou não planeje corretamente suas compras, podem surgir consequências negativas. Esse cenário é especialmente preocupante para consumidores mais vulneráveis, pois problemas financeiros podem se tornar ainda mais graves, agravando sua situação financeira.

Portanto, para que o acesso a crédito seja eficaz, é essencial adotar abordagens inclusivas e sensíveis às necessidades da base da pirâmide. Isso significa oferecer produtos financeiros adaptados às suas realidades, promover a educação financeira e garantir que as taxas de juros sejam justas e acessíveis.

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Um estudo recente, organizado pelo Centro de Sustentabilidade do Insper, contribui para esse debate por meio da análise da participação de organizações financeiras de crédito como atores importantes na redução dessa desigualdade por meio de inclusão financeira promovida pelo cartão de crédito.

O estudo apresenta as implicações do uso do parcelamento sem juros e do crédito rotativo por consumidores de baixa renda.

As análises de 60 meses de transações com cartão de crédito revelam um aumento de consumo (271%; de R$ 175,62 em média no primeiro mês até R$ 475,50 em média no último mês). Enquanto o uso do crédito rotativo reduz o consumo, o parcelamento sem juros aumenta o consumo.

Uma das conclusões é que as instituições financeiras devem incentivar o uso responsável do crédito, evitando que os consumidores ultrapassem seus limites de endividamento.

Definir regras de limite de crédito alinhadas com a capacidade de pagamento dos clientes é essencial para evitar problemas financeiros. Também é importante educar os consumidores para fazer escolhas conscientes em relação ao uso do crédito. Isso pode contribuir para reduzir o endividamento.

Em resumo, as implicações do estudo destacam a importância de uma abordagem cuidadosa e estratégica no fornecimento de crédito à população de baixa renda, acompanhado de educação financeira, visando não apenas ao aumento do consumo, mas também à promoção da inclusão financeira e ao bem-estar econômico desses consumidores.

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