México concede asilo a ex-vice de Correa refugiado em embaixada no Equador

O México concedeu asilo político nesta sexta-feira (5) a Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador, em decisão que tensiona ainda mais as relações entre os dois países, amplificada após a expulsão da embaixadora mexicana em Quito devido a comentários do presidente, Andrés Manuel López Obrador.

Glas, que foi vice do ex-presidente Rafael Correa, está refugiado na embaixada do México no Equador desde o dia 17 de dezembro, evitando assim uma ordem de prisão por suposta corrupção. Para sair do país, no entanto, ele precisa de um salvo-conduto que o atual presidente, Daniel Noboa, recusa-se a dar.

O anúncio da concessão de asilo ocorre um dia depois de o governo equatoriano declarar a embaixadora mexicana Raquel Serur "persona non grata" e ordenar sua saída do país. Serur deve ser retirada do país em um avião militar mexicano, e uma delegação ficará responsável pela embaixada.

Os dois governos descartaram romper relações, mas a proteção a Glas abre uma nova frente de conflito após comentários do presidente mexicano, conhecido pelas iniciais de seu nome, AMLO, em que ele fez referência a violência política como motivação da expulsão de Serur.

Ao anunciar o asilo concedido a Glas, o Ministério das Relações Exteriores do México afirmou em comunicado que sua embaixada em Quito está sofrendo um "claro assédio", com o deslocamento de policiais e militares em seus arredores desde quinta-feira.

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"Assim são os fascistas", disse AMLO nesta sexta, em sua entrevista coletiva diária, na qual reiterou as polêmicas declarações e lembrou que o direito internacional proíbe a invasão de embaixadas.

A chanceler equatoriana, Gabriela Sommerfeld, disse, por sua vez, que o governo busca "mostrar seu protesto e rejeição às declarações" do presidente mexicano com o aumento da vigilância no prédio.

Glas cumpriu pena de prisão por um escândalo de subornos da empresa brasileira Odebrecht, mas enfrenta outra ordem de prisão por supostamente desviar fundos de reconstrução após um terremoto em 2016.

O ex-vice-presidente e o próprio Correa afirmam que o caso se trata de perseguição política. O ex-presidente, ainda muito popular no país, foi condenado a oito anos de prisão por corrupção e está politicamente inabilitado. Ele mora hoje na Bélgica, país de origem de sua esposa.

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