PF cita tentáculos de milícia liderada por deputado em setores do poder público da Bahia

A Polícia Federal afirma que a suposta milícia liderada pelo deputado estadual Binho Galinha (PRD-BA) tem tentáculos em vários setores do poder público na Bahia.

O parlamentar já havia sido alvo da Operação El Patrón, em dezembro de 2023, e teve pedido de afastamento do cargo solicitado pela PF na Operação Hybris, deflagrada nesta terça (9). O Ministério Público foi contra e a Justiça negou o afastamento, mas autorizou a prisão de sua esposa, Mayana Cerqueira.

Ela havia sido presa no ano passado, mas acabou solta mediante uso de tornozeleira eletrônica por ser mãe de uma criança.

Binho Galinha é apontado como líder de uma milícia que explora jogo do bicho e agiotagem na cidade de Feira de Santana (a 109 km de Salvador), além de atuar na receptação de cargas roubadas e em crimes de extorsão.

Em nota divulgada após a operação, o deputado afirmou que "jamais praticou os crimes que lhe estão sendo atribuídos e que vai provar sua inocência na Justiça".

Na Operação Hybris, a PF prendeu cinco policiais militares, incluindo um tenente-coronel, suspeitos de integrar o braço armado da milícia.

Para os investigadores, segundo apuração 💥️Folha, o fato de Binho Galinha ter sido eleito deputado estadual e sua relação com os PMs apontam para a capilaridade da organização criminosa e seus tentáculos em setores do poder público da Bahia.

Para pedir o afastamento do deputado, a PF apontou o histórico de casos criminais do parlamentar, que chegou a ser preso em 2011. De acordo com os investigadores, ele se dedica ao crime há vários anos e possui movimentação financeira acima dos seus rendimentos.

Documentos em posse da PF mostram que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) mapeou ao menos R$ 3,9 milhões em transações suspeitas de Binho Galinha entre fevereiro de dezembro de 2023.

A PF afirma ainda que os investigados, entre eles os policiais e pessoas ligadas ao parlamentar, se valem do cargo público de Binho Galinha para encobrir crimes praticados pela milícia e para obter informações privilegiadas.

Foi o acesso a essas informações, por exemplo, que levaram a PF a pedir novamente a prisão da esposa do deputado estadual.

Segundo a corporação, em 5 dezembro de 2023, dois dias antes da Operação El Patrón, Mayana Cerqueira trocou de número de telefone após ter conhecimento da investigação que mira seu marido.

Conversas encontradas no celular de Mayana apontam para uma tentativa de obstrução da investigação. Nas trocas de mensagens, ela avisa uma interlocutora que a "Federal" estava investigando e, por isso, era para não fazer nada do "tigre". Para os investigadores, a conversa diz respeito a um pedido para que não fossem registrados apostas no jogo do bicho por causa da investigação da PF.

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