Que Brasileirão teremos?

Até aqui, transcorridas duas rodadas dos torneios continentais, a participação brasileira tem sido decepcionante não apenas em relação aos resultados, mas, sobretudo, devido aos desempenhos.

Tirante um meio tempo do Galo aqui, outro do Palmeiras ali, os jogos foram medíocres, para sermos generosos.

Freio de mão puxado para se preservar diante do calendário exasperante, entrosamento ainda precário pelo início da temporada, lesões a granel, seja qual for a justificativa, soa mais como desculpa, até porque o que se perde de gols entre os times brasileiros é uma grandeza. Tamanha que seria recomendável aos treinadores deixar um pouco as táticas de lado e treinar fundamentos, principalmente um deles: finalização.

Botafogo e Grêmio continuam 0% na Libertadores, e o Cruzeiro conseguiu a proeza, em casa, pela Copa Sul-Americana, de fazer 3 a 0 nos primeiros 18 minutos e ceder o empate ao colombiano Alianza.

Os disparates são tantos que o péssimo empate do Corinthians, na estreia da Sula, com o Racing genérico, em Montevidéu, virou excelente depois que, como visitante, o time uruguaio enfiou 3 a 0 no favorito Argentinos Juniors.

Desejar que o Campeonato Brasileiro que se inicia neste sábado (13) apresente jogos de melhor qualidade é mais que uma esperança, é obrigação.

E talvez seja ilusão.

Principalmente porque os melhores times serão os mais prejudicados pelas datas Fifa, que roubarão os principais jogadores em cerca de nove rodadas do campeonato.

Não é a cara de tacho do presidente da CBF, ressuscitado pela politicagem barata depois de ser afastado do posto numa jogada igualmente baixa?

Se a cada rodada de dez jogos da Premier League, em regra, temos pelo menos três grandes espetáculos, torçamos para o Brasileirão nos oferecer dois, embora, se tivermos 38 bons jogos durante toda a temporada, já nós daremos por felizes.

Porque nos acostumamos com a mediocridade.

A CPI das Apostas Esportivas não será a primeira, nem provavelmente a última, nascida para vender dificuldades em troca de facilidades.

Já houve uma dos Bingos, em 2006, que virou uma festa de achaques de políticos a bingueiros e vice-versa, com participações de bicheiros, lavadores de dinheiro e parlamentares farejadores de dinheiro fácil.

A CPI das Apostas nasce com a mesma marca, entre outras razões porque desnecessária devido ao bom trabalho que o Ministério Público de Goiás tem feito para desvendar e punir os esquemas de manipulação de resultados.

Achar um cidadão decente entre os lobistas da jogatina, os donos das bancas e os que prometem investigá-los é missão para Diógenes e sua lanterna sempre acesa durante o dia em Atenas, à procura de um homem avesso à ganância.

Como as bruxas, que os há, os há.

Encontrá-los no ambiente da CPI recém-instalada é que são elas.

Porque é mais uma fadada a dar em nada, a não ser para seus protagonistas, entre investigadores e investigados.

Melhor seria a CPI dos falsos pastores, ou, quem sabe, a dos impostores que falsificam o verdadeiro sentido da liberdade de expressão e encontram apoio em senadores como o vice-presidente da CPI das Apostas, "My name is Eduardo Girão", o bolsonarista que presidiu o Fortaleza e que quer nos convencer de que investigará seus pares.

Romário, tão oportunista na política como era na área, será o relator.

O que você está lendo é [Que Brasileirão teremos?].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...