Ataque do Irã a Israel foi alinhado com Rússia e mostra atraso de Moscou, diz estrategista de Zelenski

O ataque do Irã a Israel teve envolvimento da Rússia, que é parceira próxima de Teerã, e só serviu para revelar que os métodos e recursos dos dois países são antiquados. A avaliação é de Mikhailo Podoliak, assessor especial do presidente Volodimir Zelenski e um dos principais estrategistas da guerra contra Moscou.

"O que ficou claro é que a Rússia e o Irã não são tão poderosos quanto querem se mostrar", diz ele, para quem Moscou "definitivamente se envolveu" no planejamento da ofensiva contra Israel, porque teria testado o mesmo padrão de ataque com drones contra a Ucrânia. Podoliak, porém, não apresenta evidências que associem concretamente os russos à retaliação iraniana.

"O Irã não devia ter atacado Israel, porque só mostrou como sua tecnologia é ultrapassada", afirma Podoliak. "Os países ocidentais precisam entender que não vale a pena prestar tanta atenção a eles quanto à Rússia."

As declarações, feitas nesta terça (16) a uma comitiva de jornalistas brasileiros da qual a Folha fazia parte, vêm num momento em que Kiev se angustia com a redução de seu apoio internacional.

Há receio no governo Zelenski de que um agravamento no conflito do Oriente Médio ofusque a invasão da Ucrânia, que ainda depende de auxílio financeiro e militar de países ocidentais como os Estados Unidos, já que a capacidade militar russa supera em muito a ucraniana.

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O assessor presidencial comenta que, se Israel já constrói há bastante tempo relações com o Ocidente, a Ucrânia está apenas começando, mas já provou que "não é só uma parte da Rússia, mas um Estado soberano e independente".

Ele classifica de "erro", no entanto, o esforço diminuto feito pela Ucrânia para se aproximar da América Latina, incluindo o Brasil. "Fizemos pouco para construir relações aí, enquanto a Rússia fez muito. É nossa prioridade mudar essa situação, mas construir relações de confiança leva tempo."

O único encontro de Lula com Zelenski desde o início da guerra demorou a ser marcado e, quando finalmente aconteceu em setembro passado em Nova York, resultou numa conversa não mais do que protocolar. Já o principal conselheiro do presidente brasileiro para temas internacionais, Celso Amorim, deve viajar à Rússia na semana que vem para participar de um encontro com assessores do Brics —há um ano, ele se reuniu em Moscou com Vladimir Putin.

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