Abu Dhabi, com seu Louvre, quer disputar hegemonia cultural com o Ocidente

Paris e Roma já foram o epicentro da cultura, mas agora ele está se deslocando para a Península Arábica. Pelo menos é o que diz Mohamed Khalifa Al Mubarak, chefe do Departamento de Cultura e Turismo de Abu Dhabi (DCT), capital dos Emirados Árabes Unidos, na Culture Summit Abu Dhabi, que aconteceu em abril.

Al Mubarak diz que muitos lugares ao redor do mundo, sobretudo no Ocidente, dão menos ênfase à cultura do que deveriam, e garante que, quando a questão é vista pela perspectiva do Oriente Médio, "é o extremo oposto". Lá, afirma, cultura é vista como um investimento necessário e não um gasto decorativo.

No evento, repleto de profissionais da cultura do mundo todo, prega-se para os convertidos. Em 2023, o chefe do DCT disse ao Financial Times que planejava investir US$ 6 bilhões —ou cerca de R$ 29,9 bilhões— no setor cultural em cinco anos. Para termos de comparação, no Brasil o orçamento do Ministério da Cultura em 2023 foi de R$ 1,9 bilhão.

Assim como o Brasil na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, cultura não tem uma pasta própria em Abu Dhabi e está diretamente ligada ao turismo.

Cultura representou 0,32% do produto interno bruto de Abu Dhabi em 2023, de acordo com o DCT. No mesmo ano, nos Estados Unidos, o setor respondeu por 4,4% do PIB. No Brasil, a taxa foi de 3,11%, segundo estudo do Itaú Cultural.

Mas o governo quer mudar esse cenário. Com investimentos recentes, Abu Dhabi preve que o setor responda por 5% do PIB até 2031. "Temos muita sorte de ter uma liderança que tem uma visão de longo prazo. E, nessa visão, cultura está no centro", diz Al Mubarak.

O que você está lendo é [Abu Dhabi, com seu Louvre, quer disputar hegemonia cultural com o Ocidente].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...