Verdades e imaginações no futebol

Na primeira rodada do Brasileirão, as partidas foram equilibradas, como se esperava, com exceção da goleada do Athletico-PR sobre o Cuiabá. No final da competição, os times que possuem melhores elencos, treinadores e força emocional e que jogam cada partida como se fosse a única, a última, serão os primeiros colocados.

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O nível técnico da primeira rodada foi muito ruim, com arbitragens horríveis, com o VAR demorando demais para definir as dúvidas, alguns péssimos gramados e excessos de faltas e cartões. Foram dados 83 cartões amarelos e 9 vermelhos, um horror. No campo do Vitória, em Salvador, as linhas de marcação estavam apagadas. Tudo isso faz parte de um absurdo calendário.

Os dirigentes da CBF e dos clubes e outros responsáveis pela qualidade do espetáculo dizem, há muito tempo, que tem havido grandes esforços e cursos para diminuir os problemas. Isso é a cara do país. Há décadas falam que o Brasil está melhorando, que é o país do futuro, mas a miséria continua grande, não existe água potável e saneamento básico em um número enorme de residências, a violência urbana é cada vez maior e cresce a força do crime organizado. O futuro nunca chega.

Não bastam teorias e envolventes discursos. A teoria é fundamental em qualquer atividade, pois não existe ação correta sem conhecimento. Porém é preciso querer e saber fazer.

Os árbitros fazem cursos mas não aprendem. Além disso, é preciso mudar algumas regras, no Brasil e no mundo. Não deveriam marcar pênaltis por causa de uma bola que bate no braço nem anular um gol quando o jogador está com o pé ou o ombro à frente do adversário. São tantas regrinhas que empobrecem o espetáculo.

Os jogadores e até alguns treinadores precisam ser orientados por psicólogos. Fagner, do Corinthians, que parece ser, na maior parte do jogo, um atleta calmo, às vezes, de repente, não controla os instintos agressivos e dá um pontapé no adversário. Merecia ter sido expulso.

O futebol continua. Neste meio de semana, teremos jogos de várias competições, no Brasil e no exterior.

Quatro partidas equilibradas vão decidir os semifinalistas da Liga dos Campeões. Manchester City e Real Madrid fazem nesta quarta (17), na Inglaterra, o jogo de volta mais esperado. A primeira partida terminou em 3 x 3. Será mais um confronto entre grandes craques e de estratégias. A do City, de pressionar, ter a bola, trocar muitos passes e envolver o adversário; a do Real Madrid, utilizar bastante as bolas lançadas para os velozes Vinicius Junior e Rodrygo nas costas dos defensores, que marcam mais à frente.

Um leitor me perguntou sobre a comparação técnica da partida entre Real e City em relação aos outros grandes jogos do presente e do passado. Dos que eu vi, espetacular era o jogo, no Maracanã, entre o Botafogo de Garrincha, Didi, Nilton Santos, e o Santos de Pelé, Coutinho, Zito. Outra partidaça era o Santos de Pelé contra o Palmeiras de Ademir Da Guia.

Muitas pessoas mais velhas lembram-se dos jogos deslumbrantes do Real Madrid, da época de Di Stéfano, Puskás, antes de Pelé, contra qualquer adversário. Como não havia transmissão por TV, imagino que essas pessoas escutassem pelo rádio, liam algumas informações e opiniões e deduziam, sonhavam, o que seria o Real Madrid. Geralmente estavam certas.

"Noventa por cento do que escrevo é invenção. Só dez por cento é mentira", disse o inesquecível poeta Manoel de Barros.

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