É doentio politizar causas como a do Marajó, diz pastor Téo Hayashi

Há dois meses, o tema do Marajó ganhou diversos debates nas redes após a apresentação da cantora Aymeé Rocha no programa Dom Realitty. Na ocasião, ela cantou "Evangelho de Fariseus" e citou casos de pedofilia, exploração sexual infantil e até tráfico de órgãos na região.

Por dez dias, a Folha esteve no Marajó profundo e revelou uma rotina de violência sexual e gravidez precoce na região. Segundo a reportagem, o Estado não chega para quem vive nos rios, o que alimenta o ciclo de violência.

Críticos em relação à atuação das igrejas no local afirmam que evangélicos usam o tema para enriquecer e ganhar mais força política no país. Entre os citados está Teófilo Hayashi, presidente do Instituto Akachi, e pastor na Zion Church.

Téo, como é conhecido no meio evangélico, refuta a afirmação que sua igreja atue na região para lucrar.

Em um vídeo recente, ele cita uma nota do Ministério Público que confirma que o Pará tem um índice quase 50% acima da média nacional em questão de estupro de vulneráveis e destaca uma fala do deputado Carlos Bordalo (PT) na CPI de 2014, também reconhecendo o problema.

"É doentio politizarmos essa causa. Essa causa não tem a ver com o partido A, partido B, fé X, fé Z. Tem a ver com a causa da humanidade. Qualquer pessoa que tem um coração humano deve pensar sobre isso", diz.

"Sabemos que os problemas de Marajó acontecem em outros locais no Brasil, mas se nós quisermos resolver um problema na nação, entendemos que tínhamos que começar no lugar mais crítico da nação, pelo pior IDH, na ilha do Marajó".

Dados de 2010 do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) mostram que a Ilha de Marajó é uma das regiões mais pobres do país. O município de Melgaço, que faz parte da ilha, foi apontado como o local com o menor IDH do país.

"Enquanto alguns estão tacando pedras, tentando desmoralizar quem está trabalhando para fazer a diferença, o principal problema está sendo posto de lado".

A repercussão recente ajudou a angariar fundos para ampliar o Abrigo Ágape da Cruz (gerido pela Igreja Católica), para a contratação de uma psicóloga para o local, além do envio de alimentos e produtos de higiene para as crianças e adolescentes vítimas de exploração sexual, violência e abuso.

Hayashi também comemora a chegada de recursos federais para agilizar o transporte na região e a mobilização da polícia para investigar diversos crimes no Marajó.

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