Macacos bugios voltam ao Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro; veja vídeo

Extintos há quase 200 anos na cidade do Rio de Janeiro por conta do desmatamento e da caça, os macacos bugios voltaram a habitar o Parque Nacional da Tijuca.

O último grupo reintegrado à floresta, que é uma das áreas remanescentes da mata atlântica, ocorreu em janeiro, mas o processo para a soltura dos animais em terras cariocas começou há quase dez anos.

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O último registro da espécie data da década de 1830, feito por Charles Darwin (1809-1882). De porte médio a grande, penugem marrom-avermelhado, o macaco bugio é conhecido pelo seu "ronco", que pode ser ouvido a quilômetros de distância.

Em 2015, chegou ao parque uma família de quatro bugios e, depois, em 2016, um casal. Desses, apenas o casal permaneceu na floresta, tendo seis filhotes —uma taxa de natalidade de um filhote por ano desde o início da refaunação.

Neste ano, sete novos integrantes (um macho e seis fêmeas) foram soltos em 2 de janeiro. A expectativa é que eles interajam e formem novos grupos, para ajudar a consolidar a presença da espécie na cidade, com uma população maior e também mais diversa em termos genéticos.

Os bugios são macacos que se alimentam somente de folhas e frutos. Com isso, também ajudam na dispersão de sementes de árvores com as quais só eles conseguem interagir, um processo que mantém de pé a floresta, como explica a chefe do Parque Nacional da Tijuca, Viviane Lasmar.

"Essa reintrodução vem contribuir para uma estratégia de conservação da biodiversidade. Cada espécie de animal e vegetal em uma floresta tem o seu papel e, para que a floresta seja saudável, é importante que vários papéis estejam sendo cumpridos", afirma. "Com esse reforço da população de bugios, a gente está contribuindo para o equilíbrio e a saúde da floresta e do Parque Nacional da Tijuca."

O trabalho de reintrodução dos animais é feito pelo Refauna. Pioneira no Brasil, a ONG busca mapear e colocar de volta na mata atlântica espécies nativas e extintas localmente, para restaurar as interações ecológicas que elas desempenhavam e, assim, fazer com que o ecossistema volte a funcionar.

A reintegração passa por diversas fases antes da soltura. Primeiro, o animal é recolhido em um Centro de Triagem de Animais Silvestres, onde passa por uma reabilitação. Em seguida, fica em quarentena para fazer exames e tomar vacinas. Caso seja detectada alguma doença, recebe o tratamento. Depois disso, segue para um viveiro cercado onde acontece a ambientação.

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