Velha não é xingamento, estou só começando, diz Thalita Rebouças

Duas décadas separam a Bienal do Livro em que a jornalista e escritora Thalita Rebouças teve que subir em cima de uma cadeira para chamar atenção de leitores e a de 2023, em que foi apelidada de rainha da Bienal. De lá para cá, publicou 26 livros e assinou 12 roteiros de filmes, muitos deles adaptações de seus livros infantojuvenis.

São sucessos de público como "Fala Sério, Mãe!", seu primeiro best-seller, "Tudo por um Popstar" e "Uma Fada Veio me Visitar", que já teve duas versões cinematográficas: uma estrelada por Kéfera, outra por Xuxa. Todos com elencos de peso em que as estrelas outrora mirins Larissa Manoela, Maísa Silva e Klara Castanho são recorrentes.

Aos 49 anos e com mais de 2,3 milhões de livros vendidos, Thalita Rebouças lançou "Felicidade Inegociável e Outras Rimas" em São Paulo no dia 11. Em conversa com a 💥️Folha, a autora recusa rótulos para suas "riminhas", como gosta de apresentar seu novo trabalho, idealizado para ser um audiolivro narrado pela autora e lançado com exclusividade na Audible, plataforma da Amazon.

Thalita se põe a rimar, com a leveza e linguagem despojada pela qual ficou conhecida em seus livros, e agora traz temas como a escolha de não ter filhos, a menopausa, o etarismo e os filtros estéticos das redes sociais. Não, não são poesias. "Não vou fazer a mesma coisa que o [Mario] Quintana. Eu acho rima mais leve."

Leve e fácil de espalhar. Com a marca #mulhermadura, a escritora hoje usa o Instagram para conversar com um público mais diverso, e uma "galera" que inclui pessoas de sua idade, 30, 40, 50 anos ou mais. Uma dessas rimas, em que ressalta as dores e delícias dos 50 anos, chega a 805 mil visualizações.

"A minha maior vontade agora, no mundo, seria acabar com o fogacho", brinca Thalita Rebouças, enquanto se abana. A menopausa é um dos temas abordados em "Felicidade Inegociável", e ela se recusa a romantizá-la: "Eu quero mostrar que dá para ser feliz. Agora comecei a suar e depois para, passou. Não é fácil envelhecer, mas é um privilégio ao mesmo tempo, se a gente for pensar que o outro caminho é bem ruim. Eu prefiro envelhecer".

Seus desabafos conquistaram novos públicos no ambiente digital, mas ela frisa que isso não foi planejado, como ela também não planejara escrever para adolescentes no início da sua carreira e foi simplesmente abraçada por eles.

"Agora virei uma rima de autoajuda ambulante, aconteceu. Eu fui falando, fazendo", conta a escritora, que a cada rima se empodera, nos dizeres dos nossos tempos, e também empodera seus pares. "O povo não vai me xingar de velha, velho não é xingamento, sabe? Não vai falar 'coitadinha, acabou sua vida' porque estou na menopausa. Não, eu estou só começando", sentencia.

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