Debatedores defendem combate ao racismo e a outras formas de opressão

A insatisfação popular demonstrada no movimento das Diretas Já foi um dos fatores que impulsionaram o processo de redemocratização do Brasil. Quatro décadas depois, porém, o pleno exercício da democracia ainda está distante e só poderá ser alcançado quando todas as formas de opressão, em especial o racismo, forem combatidas.

Essa foi uma das conclusões da primeira mesa do seminário "40 anos das Diretas Já", promovido pela 💥️Folha e pela OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo) nesta segunda-feira (29), em referência à campanha que viveu seu auge em 1984.

O evento, mediado pelo jornalista Oscar Pilagallo, foi realizado na sede da seccional no centro da capital paulista. Teve início com um debate sobre a participação popular na democracia, que ainda enfrenta desafios significativos. Segundo Luis Felipe Miguel, professor da Universidade de Brasília (UnB), a luta contra a ditadura mirou também a redução das desigualdades.

"Nossa transição foi muito eficiente na reinstitucionalização democrática, mas muito pouco eficiente no pagamento daquilo que se chamava na época de dívida social", afirmou ele, que é coordenador do grupo de pesquisa sobre democracia e desigualdades (Demodê).

Também presente no painel, Valdecir Nascimento, historiadora e idealizadora do Odara Instituto da Mulher Negra, organização negra feminista sediada em Salvador (BA), disse que a ideia da democracia ficou reduzida a um processo eleitoral que não representa verdadeiramente a população brasileira.

Ela lembrou a baixa participação dos negros na política —nas eleições de 2022, eles foram eleitos em 26,1% das vagas; entre a população, são 55,5%— e a falta de oportunidades para a juventude, que muitas vezes vê o tráfico como oportunidade de ascender e a igreja como chance para se salvar.

"Nós estamos em pleno século 21, celebrando o papel importante da luta das Diretas Já, mas o racismo está incrustado, impregnado. Se a gente não enfrenta o racismo, o patriarcado, o machismo, a gente não avança."

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