Autoridade de mídia da Arábia Saudita diz que assassinato de Khashoggi foi incidente infeliz

A morte do jornalista Jamal Khashoggi - assassinado por agentes sauditas dentro do consulado do país em Istambul - foi um "episódio infeliz", mas a Arábia Saudita não pode ser definida por esse episódio. Essa é a visão de Bander Alsulami, diretor de Informações da Autoridade Geral de Regulação de Mídia. Alsulami esteve no Brasil participando da reunião do G20 sobre integridade de informação – que tratou, entre outros temas, de liberdade de imprensa. O príncipe herdeiro e atual primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, é acusado de ser o mandante do crime.

O Brasil está na presidência do G20 este ano e vai realizar diversas reuniões que culminam na cúpula de chefes de estado, em novembro, no Rio de Janeiro. Os sauditas têm sido uma voz dissonante nos grupos de trabalho de empoderamento de mulheres e bioeconomia (por conta da oposição à transição energética e expansão de direitos das mulheres). No ranking de liberdade de imprensa dos Repórteres sem fronteiras, a Arábia Saudita aparece em 170 lugar entre 180 países. Alsulami conversou com a Folha após falar em mesa na reunião do G20.

A Arábia Saudita é um dos países integrantes do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo. O Brasil está na presidência do grupo neste ano e vai realizar diversas reuniões que culminam na cúpula de chefes de Estado, em novembro, no Rio de Janeiro.

Os sauditas, no entanto, têm se posicionado de forma divergente nos grupos de trabalho de empoderamento de mulheres e bioeconomia —por conta da oposição à transição energética.

No ranking de liberdade de imprensa da ONG Repórteres Sem Fronteiras, a Arábia Saudita aparece na 170º entre 180 países. Alsulami conversou com a 💥️Folha após falar em mesa na reunião do G20, em São Paulo.

💥️O G20 é um grupo bastante diverso em relação às visões dos países-membros sobre liberdade de expressão. A Arábia Saudita tem uma visão bem específica, bem particular sobre o 💥️tema...
Eu não diria que é específica. Nós sempre apoiamos a liberdade de expressão, mas nós temos nossos valores e nossa cultura. Estamos abertos para discussões, mas para formar uma opinião [sobre a liberdade de expressão no país], vocês têm que vir para a Arábia Saudita, falar com as pessoas nas ruas.

💥️O senhor acha que existe uma percepção errada?
Com certeza. Se as pessoas fossem falar com os sauditas, veriam isso.

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💥️O senhor acredita que ainda existe uma mancha na reputação da Arábia Saudita por causa do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi?
Esse incidente reforçou opiniões preconcebidas sobre a Arábia Saudita. É importante ressaltar que a base de usuários de plataformas digitais na Arábia Saudita no Snapchat, Twitter, é uma das maiores do mundo. Cidadãos de todas as idades usam as plataformas, e também o governo. Eles podem se comunicar, podem reclamar, não tem problema.

💥️A imagem da Arábia Saudita foi prejudicada após o assassinato de Khashoggi?
Eu não diria que a imagem ficou prejudicada. Um incidente infeliz aconteceu.

💥️Há injustiça?
Reforçou preconceitos.

💥️Mas ele foi morto...
Foi um incidente infeliz, aconteceu, passou bastante tempo, muitas coisas aconteceram depois disso, pessoas foram punidas [os agentes que participaram diretamente do assassinato foram julgados]. Se você fica toda hora voltando para um incidente para definir um país, isso diz mais sobre você do que sobre o país. É como dizer que o Brasil se resume a futebol.

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