Na França, Xi diz querer encontrar boas formas de resolver guerra na Ucrânia

O dirigente chinês, Xi Jinping, aterrissou neste domingo (5) no aeroporto de Orly, nos arredores de Paris, para realizar visita oficial à França, onde afirmou querer trabalhar com o país "e toda a comunidade internacional" para encontrar "boas formas de resolver" a guerra na Ucrânia.

É a primeira viagem europeia de Xi desde 2023, quando a pandemia de Covid isolou o país asiático durante quase três anos. Xi e sua esposa, Peng Liyuan, foram recebidos pelo primeiro-ministro francês, Gabriel Attal.

Durante a visita, o presidente francês Emmanuel Macron quer defender a "reciprocidade" comercial e a busca por uma solução para o conflito ucraniano ao lado de Xi, líder que tem mostrado apoio à Rússia.

Macron planeja pedir a Xi que apoie a "trégua olímpica" para todos os conflitos durante os Jogos Olímpicos de Paris neste verão.

"Esperamos que a paz e a estabilidade retornem rapidamente à Europa e pretendemos trabalhar com a França e toda a comunidade internacional para encontrar boas formas de resolver a crise", disse o líder chinês ao jornal Le Figaro.

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"Compreendemos a turbulência que a crise ucraniana causa aos europeus. A China não causou esta crise nem é parte ou participante dela", declarou Xi.

O dirigente chinês permanece na França até terça-feira (7) e depois viaja para a Sérvia e a Hungria, dois países próximos de Moscou.

Após a chegada de Xi, Pequim divulgou um comunicado no qual disse que China e França são "modelos de coexistência pacífica e de cooperação ganha-ganha entre países com diferentes sistemas sociais".

Nesta segunda-feira (6), Xi se reunirá com Macron e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Durante o encontro no Eliseu, serão abordadas divergências comerciais entre o bloco e o país.

Paris apoia uma investigação da UE sobre a entrada no bloco de carros elétricos chineses. Em seguida, num gesto considerado retaliatório, Pequim anunciou que abriu uma apuração comercial das importações de conhaque, a maioria de origem francesa.

Von der Leyen afirmou neste domingo que pressionará para estabelecer uma competição justa com a China, durante o encontro com Xi. "Temos que agir para garantir que a competição seja justa e não distorcida", declarou. Ela disse que, em ocasiões anteriores, deixou "claro [para Xi] que os atuais desequilíbrios no acesso aos mercados não são sustentáveis e devem ser resolvidos".

A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, abriu nos últimos meses uma série de investigações sobre a China no campo da concorrência comercial. Pequim reagiu com indignação à última investigação, sobre um suposto acesso desigual ao mercado chinês de dispositivos médicos, rotulando-a como um exemplo de "protecionismo" da UE.

Von der Leyen reiterou que a UE "deve reduzir o risco de suas relações, mas não se desvincular da China", ou seja, reduzir a dependência dos fornecedores chineses sem chegar ao extremo dos Estados Unidos de punir ou bloquear os fluxos comerciais em setores-chave. Também enfatizou o problema do excesso de oferta de produtos chineses, que entram na UE a preços muito baixos, "levando a um comércio desleal". "A Europa não pode aceitar essas práticas que distorcem o mercado, o que poderia levar à desindustrialização", afirmou.

Os 27 membros do bloco, especialmente França e Alemanha, estão divididos em relação a que posição tomar diante da China. O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou que não iria a Paris para o encontro com o dirigente chinês por causa de compromissos anteriores.

"Na Europa, não somos unânimes sobre o assunto porque certos atores ainda veem a China essencialmente como um mercado de oportunidades", disse Macron, sem mencionar quais seriam esses países.

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