Empresas em reestruturação recorrem a bancos de investimento independentes nos EUA

A receita em bancos de investimento independentes está disparando à medida que as altas taxas de juros forçam mais empresas a buscar orientação sobre como reestruturar dívidas e obter liquidez adicional.

As taxas de consultoria em cinco dos seis principais bancos de investimento independentes listados —Evercore, Lazard, Moelis, Perella Weinberg e PJT Partners— juntas aumentaram 21% no primeiro trimestre de 2024, em relação ao ano anterior.

As empresas menores, chamadas de empresas independentes, tendem a dominar a consultoria em reestruturação porque não estão sujeitas aos mesmos conflitos de interesse dos grandes bancos, que também compram e vendem instrumentos de dívida corporativa.

"É um tipo de negócio de clube. Quando a atividade aumenta, são essas as empresas que recebem as ligações", disse Devin Ryan, analista de ações da Citizens JMP Securities.

Nos três maiores bancos de investimentos do mundo —Goldman Sachs, JPMorgan e Morgan Stanley— as receitas de consultoria caíram coletivamente 6% nos primeiros três meses do ano.

O mercado tradicional de fusões e aquisições permanece contido, pois empresas não estão dispostas a avançar com transações bilionárias devido à incerteza econômica, regulatória e geopolítica.

Os bancos de investimento independentes geralmente não divulgam separadamente a receita de reestruturações em suas demonstrações financeiras, mas seus executivos citaram recentemente um aumento da atividade nessas operações.

"O aumento da receita é principalmente atribuível ao crescimento nas reestruturações", disse Ken Moelis, fundador e presidente-executivo da Moelis & Company, cuja receita total de consultoria aumentou 17% no primeiro trimestre.

"O pipeline de fusões e aquisições continuam a crescer, mas a conversão em receita continua sendo um desafio."

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Os especialistas em reestruturação historicamente ganham a maior parte de suas comissões ajudando empresas ou grupos de credores de fundos de hedge no processo de falência do Capítulo 11 da Lei de Falência dos Estados Unidos, equivalente à recuperação judicial do Brasil.

Mas, nos últimos anos, a prática passou a ser dominada pela ajuda aos que tiram empréstimos para levantar novo capital para refinanciar dívidas existentes na esperança de evitar reestruturações na Justiça, um produto agora amplamente conhecido como "gerenciamento de passivos".

Os banqueiros podem ganhar comissões por dar conselhos e liderar negociações com contrapartes, bem como uma porcentagem separada devida pela quantidade de nova dívida ou capital levantado.

O trabalho de gerenciamento de passivos no primeiro trimestre foi mais que o dobro do primeiro trimestre do ano passado, de acordo Peter Orszag, presidente-executivo da Lazard, que contratou vários novos negociadores de reestruturação nos últimos meses.

"Esperamos que um nível elevado de atividade continue, à medida que os vencimentos de dívidas se aproximam e interajam com ambiente de taxas de juros mais altas por mais tempo", disse recentemente a analistas.

Moelis afirma que a explosão do mercado de capital privado de trilhões de dólares está mantendo cada vez mais empresas endividadas fora de falências formais.

"Acredite em mim, cada pessoa, cada proprietário de uma empresa preferiria financiar do que falir. Não importa a taxa de juros, eles tentarão estender o fim para isso. Claro, continuará a haver alguns Capítulos 11, mas não é um mercado mais tão grande quanto foi na última recessão, de longe."

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