Oscar 2023: Indígenas de RO concorrem a melhor documentário

A luta do povo indígena uru-eu-wau-wau, de Rondônia, para defender seu território de invasores foi parar no Oscar. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou na quarta-feira (21) o filme "O Território" entre pré-indicados na categoria de melhor documentário de longa-metragem.

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O filme acompanha jovens lideranças, como Bitaté Uru-Eu-Wau-Wau, que monitora o território usando drones e as redes sociais, e a ativista ambiental Neidinha, que trabalha há décadas com os indígenas. Neidinha é uma das Causadores de Ecoa, pessoas que se destacam por lutar por um Brasil melhor.

Dirigido pelo americano Alex Pritz, o longa teve a ativista Txai Suruí na produção executiva, Darren Aronofsky (diretor de filmes como "Mãe!" e "Cisne Negro") entre os produtores e Tangãi Uru-eu-wau-wau na direção de fotografia.

A partir da eleição de Jair Bolsonaro, as pressões de fazendeiros e outros ocupantes ilegais sobre a terra indígena se intensificaram. Os fazendeiros também são ouvidos no filme, revelando sua visão de mundo e o desconhecimento em relação aos indígenas. "O sonho brasileiro de quem está vivendo aqui é ter o seu pedacinho de terra pra poder trabalhar, tirar seu sustento. Produzindo alguma coisa, plantando pra fazer nosso Brasil ir pra frente", diz um agricultor.

Com o desmatamento e o fogo ignorados pelo governo, os uru-eu-wau-wau se arriscam na tarefa de proteger a floresta. "O [território] uru-eu-wau-wau é como uma barreira" contra a destruição, diz Neidinha no documentário.

Bitaté tinha apenas 18 anos nas filmagens de "O Território". Foi também nessa idade que foi nomeado pelos mais velhos de sua comunidade o presidente da Associação Jupaú, voltada para a proteção e conservação do território uru-eu-wau-wau. Hoje, ele integra o coletivo de comunicadores indígenas Mídia Índia e cursa jornalismo na Universidade Federal de Rondônia.

Neidinha Suruí

Neidinha - Amazon Land Documentary/Alex Pritz - Amazon Land Documentary/Alex Pritz A ativista ambiental Neidinha em cena do documentário 'O Território', indicado ao Oscar

Ivaneide Bandeira, a Neidinha, cresceu em um seringal onde hoje é a Terra Indígena Uru-eu-wau-wau. Teve contato com o povo indígena ainda criança e, mais tarde, nos anos 1980, foi trabalhar na Fundação Nacional do Índio (Funai) com indígenas isolados. Desde então, passou a enfrentar madeireiros ilegais, mineradores e outros invasores e a sofrer ameaças de morte.

"No seringal minha mãe me ensinou a ler em revistas Grande Hotel, Sétimo Céu, Capricho e livros de bolso de bangue-bangue, onde as histórias mostravam sempre os indígenas sendo mortos e expulsos por invasores de suas terras. Decidi que se um dia pudesse ir aonde morava o povo da cidade, lutaria para defender os direitos dos povos indígenas", disse a 💥️Ecoa em 2023.

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