Casal de indianos cria bebê-elefante como filho e concorre ao Oscar

Um desfile de animais em perigo surge nas duas categorias de documentários do Oscar, entre longas e curtas-metragens. Aves de rapina e elefantes na Índia são os protagonistas de duas histórias comoventes, assim como uma colônia gigantesca de morsas na Sibéria, afetadas pelas mudanças climáticas.

2 - Divulgação - Divulgação disponível no YouTube, é uma bela surpresa aos olhos, ainda que a morsa não seja um dos animais mais lembrados por defensores de animais (a morsa é um animal da subordem Pinnipedia, da qual fazem parte focas e leões-marinhos). O filme começa com uma expedição solitária e misteriosa de um homem armado numa praia deserta da Sibéria.

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Numa cabana de madeira no meio do nada, ele espera por algo, mas não sabemos o que. Até que uma manhã, ao abrir sua porta, ele dá de cara com um mar de morsas a perder de vista, uma sensação quase desesperadora. O homem, o cientista russo Maxim Chakilev, passa então três meses observando os animais, que chegam a 100 mil no seu pico migratório.

"Somos da mesma região, na Sibéria Oriental, e estávamos seguindo fazia uns anos uma comunidade indígena chamada Chukchi, que ainda vive da terra e do mar", explicou a codiretora Evgenia Arbugaeva num evento com os indicados do Oscar no Museu da Academia, em Los Angeles.

"Os caçadores nos levaram a Haulout, que fica a 15 km da sua vila, e estava completamente deserta. Não acreditamos quando nos disseram que milhares de morsas passam por aqui todo ano. Vimos a cabana do cientista e duvidamos, não parecia possível. Então voltamos para filmar no ano seguinte. Ficamos extremamente impressionados."

As morsas dependem do gelo marinho para descansar sobre, enquanto se alimentam e fazem suas migrações. Porém, o aquecimento das águas no ártico tem obrigado os animais a passar mais tempo em terra firme, onde se arriscam em grandes aglomerações que causam mortes por pisoteios e brigas. Em 2023, o cientista contou quase 600 mortes, maior número que ele já registrou em dez anos de pesquisas.

"Há muitas formas de contar histórias sobre as mudanças climáticas. Estamos apenas fazendo nossa parte na nossa região do mundo que é nossa casa", continuou Arbugaeva. "Nossa história é bem pesada e triste, mas mostra a realidade. A gente precisa saber o que realmente está acontecendo na região. Desde que o filme foi lançado, ficamos muito felizes que o cientista tem recebido muito apoio."

"Precisamos agir para que não piore. E precisamos entender que está tudo conectado. Esses animais, espécies migratórias, um dia estão na Sibéria e depois vão para o Alasca. Está tudo conectado. Não há fronteiras para os animais, e todos nós precisamos nos unir como seres humanos, não apenas agir separados por nacionalidades e países."

Aves e elefantes na Índia

3 - Divulgação - Divulgação

O outro filme indiano é o curta-metragem "Como Cuidar de um Bebê Elefante" (2022), disponível na Netflix, sobre um casal numa floresta no sul do país que dedica sua vida a cuidar de um elefante órfão chamado Raghu.

A diretora do curta, Kartiki Gonsalves, vem da mesma região da dupla, Bomman e Bellie. Ela os conheceu quando dirigia por uma estrada e avistou Raghu, então com apenas três meses, caminhando com os dois para ir tomar um banho de rio. "Parei meu carro na estrada e fui com eles", contou Gonsalves.

"Fiquei impressionada com o vínculo incomum entre esse bebê, que é um animal selvagem, e esses seres humanos", disse a diretora, explicando que só existem cerca de 35 mil elefantes asiáticos. "Eles estão em perigo. Quis retratar esse lindo laço familiar para mostrar ao mundo esse amor e ajudar a proteger os elefantes."

Gonsalves estava ao lado de sua produtora Guneet Monga, que contou ao público detalhes das aventuras de filmar o casal no dia-a-dia, alimentando e brincando com Raghu. Para ela, a história de Bomman e Bellie é também uma mensagem ecológica.

"Muitas pessoas nos perguntam como podem ajudá-los, do que eles precisam. Eles não precisam de dinheiro. Eles são auto-suficientes", disse Monga. "É muito importante para nós aprendermos com eles. Eles pegam da selva o que precisam, e isso é o suficiente."

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