Quem acha a imprensa brasileira parcial nunca viu a argentina

Quem acha a imprensa brasileira parcial nunca viu a argentina. Javier Milei completou cem dias de governo nesta terça-feira (19) e, dependendo do jornal que você lê ou assiste, pode enxergar um país em ruínas ou cheio de esperanças.

De um lado, horas de transmissão em supermercados com preços exorbitantes, panelas vazias e portas de órgãos públicos depenados pela motosserra do novo presidente. Do outro, laudas e laudas sobre um ajuste duro porém imprescindível, com aval da maioria dos eleitores e do mercado.

O mundo palpável, sabemos, normalmente está em algum lugar no meio.

Mas de repente, tão rápido quanto os 20 dias da transição de governo, narrativas se torceram e a inflação galopante, que antes era ignorada por uma extremidade e explorada exaustivamente pela outra, passou a ser aproveitada ou justificada de forma inversa pelos mesmos grupos.

São reflexos de um país profundamente politizado e acostumado à polarização há muito mais tempo que nós, desde o surgimento do peronismo, há 80 anos. Enquanto isso, a máxima "não há dinheiro" vira remix de cumbia na internet, e seu oposto —"a casta de Milei era o povo"— estampa camiseta de manifestação.

Sintetizações de uma Argentina rachada ao meio quando perguntada sobre as principais medidas tomadas pelo presidente até agora. Metade acha que a economia vai se recuperar quando a pior fase passar, e metade não. Metade apoia sua "lei ônibus" para dar um giro liberal no país, e metade não.

Ao mesmo tempo, talvez por esses mesmos motivos, a impressão é de que eles já sabem enveredar-se um pouco mais naturalmente por essa imprensa em geral dividida, distinguindo os discursos e entendendo a importância de cada um deles. Coisa que no Brasil ainda carece de muita educação midiática.

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