Trump pode ter bens apreendidos se não pagar fiança de US$ 454 milhões até segunda

O ex-presidente Donald Trump pode ter parte de seus bens apreendidos se não pagar até segunda-feira (25) uma fiança de US$ 454 milhões (R$ 2,2 bilhões), exigência para recorrer da sentença que o condenou, junto com dois de seus filhos, por fraude empresarial.

A Procuradoria-Geral de Nova York começou nesta quinta-feira (21) a se preparar para apreender um campo de golfe e uma propriedade ao norte de Manhattan conhecida como Seven Springs, ambas pertencentes ao empresário. A ideia é que esses bens sejam vendidos caso Trump, que disputa a Presidência neste ano com Joe Biden, de fato não cumpra a exigência.

O gabinete da procuradora Letitia James, do Partido Democrata, já deu início a processo semelhante para apreender bens na cidade de Nova York —entre eles a icônica Trump Tower, na 5ª Avenida, um hotel e vários edifícios. Em razão da sua filiação partidária, o candidato republicano a Casa Branca a acusa de perseguição política.

No processo, Trump e seus filhos Eric e Donald Jr. foram condenados por inflar artificialmente o valor de seus ativos para obter condições de crédito mais favoráveis. O juiz Arthur Engoron determinou o pagamento de uma multa de US$ 355 milhões que, somada a juros, totaliza US$ 454 milhões. Eles também foram proibidos de comandar negócios em Nova York por um período de dois a três anos.

"Ele [o juiz] nos fez uma demanda que ele sabe ser impossível cumprir. Essa caça às bruxas, entre um juiz ruim e uma procuradora-geral corrupta e racista, é terrível para Nova York. Os negócios estão fugindo, enquanto a violência floresce. Interferência eleitoral", escreveu Trump em sua rede social, a Truth, nesta quinta.

Os advogados do ex-presidente já recorreram da decisão, mas, ainda assim, ele precisa ou dar um cheque nesse valor ou encontrar uma instituição financeira (em geral, uma seguradora especializada nesse tipo de fiança) que se comprometa a honrar esse montante, mais juros, caso Trump perca o recurso e não pague a multa.

O problema do empresário é que boa parte da sua fortuna, estimada em US$ 2,6 bilhões pela Forbes, é formada por imóveis —o que as seguradoras se negam a aceitar como garantia, afirma a defesa do ex-presidente. Em um documento apresentado à Justiça na última segunda, os advogados afirmaram que procuraram mais de 30 empresas, e todas se negaram a subscrever sua fiança alegando esse motivo.

"Crucial entre esses desafios não é apenas a incapacidade e a relutância da grande maioria dos fiadores em subscrever um título para essa quantia sem precedentes, mas, ainda mais significativamente, a recusa de todas as seguradoras abordadas pelos réus em aceitar imóveis como garantia," escreveu Alan Garten, o conselheiro geral das Organizações Trump.

Uma saída para o empresário é vender parte de suas propriedades e, com esse dinheiro, pagar a fiança. No entanto, seus advogados afirmam que a rapidez necessária para isso seria equivalente a uma "liquidação", e que Trump não conseguiria recuperar o dinheiro perdido no futuro se sua apelação for validada pela Justiça.

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