Kiko Mascarenhas fala de depressão e suicídio em peça com tom lúdico e interativo

Kiko Mascarenhas é um tipo comum. Ele veste calça jeans, camiseta e tênis. O ator cumprimenta, uma a uma, as pessoas que entram na sala de espetáculos, parecendo estar mesmo recebendo visitas em sua sala de estar sem móveis, ou melhor, sem cenário. A luz amarela ilumina, sem distinções, o centro da arena e a plateia, dissolvendo a hierarquia entre o artista e o espectador. Mascarenhas faz, então, um anúncio. Um jogo está prestes a começar.

A dramaturgia da peça "Todas As Coisas Maravilhosas", em cartaz no Tucarena, no bairro paulistano de Perdizes, se constrói numa estrutura colaborativa. O enredo só se realiza com a interação da plateia, que lê fragmentos do texto e participa de algumas cenas.

É preciso, portanto, questionar a solidão do ator no palco e a própria noção de monólogo. Segundo a prática teatral, todos ali são agentes criadores do texto que, a cada fim de semana, ressurge no espaço vazio. "Todo mundo está no mesmo barco, mas a cada sessão, com uma plateia diferente, a peça muda", diz Mascarenhas numa entrevista por telefone.

É uma influência do diretor Augusto Boal, o criador do Teatro do Oprimido. Em geral, suas técnicas preconizavam o envolvimento do público, elegendo o diálogo como a força motriz da encenação. A natureza lúdica da dramaturgia, prevista na obra escrita há 11 anos pelos ingleses Duncan Macmillan e Joe Donahuer, contrasta com o tema da peça.

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