Cláudio Castro, o inexplicável

Além do pires na mão, Cláudio Castro já tem um argumento para levar ao STF na tentativa de rever a dívida do Rio de Janeiro –que chega a R$ 188 bilhões– com a União e o Regime de Recuperação Fiscal. O governador pode apelar para as despesas extraordinárias durante o período de farra eleitoral.

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Farra das boas, feita às escondidas, com disfarce de quermesse, os necessitados fazendo fila à frente das barraquinhas para receber donativos. Tão boa que, como costuma ocorrer depois, está dando uma enorme dor de cabeça. A Procuradoria Regional Eleitoral pediu a cassação de Cláudio Castro e de seu vice, Thiago Pampolha, acusados de cometer abuso de poder político e econômico na campanha de 2022. A pimenta do caldo é que Castro e Pampolha hoje vivem às turras, um desejando a cabeça do outro.

O processo se refere ao escândalo das folhas da Uerj e do Ceperj (espécie de IBGE do governo fluminense), que custou mais de R$ 220 milhões aos cofres públicos –na época abarrotados com dinheiro da privatização da Cedae. Foram criadas dezenas de milhares de cargos secretos com a desculpa de atender a programas sociais. Fantasmas, parentes de políticos e cabos eleitorais pegaram dinheiro vivo em bocas de caixa, pagamentos mensais que podiam superar R$ 30 mil.

Castro tenta, mas não consegue se defender das acusações. Diz apenas que confia na Justiça. Em outro barulho, ele é suspeito de receber propina como vereador e como vice-governador de Wilson Witzel –e até agora não arrumou uma explicação.

Fenômenos inexplicáveis também atingem a Cidade da Polícia, complexo que concentra 15 delegacias e, em tese, deveria ser o lugar mais seguro do Rio. Entre outros furtos e falhas de controle, sumiu de lá uma máquina de fabricar cigarros –pesando cinco toneladas e medindo seis metros. Ninguém sabe, ninguém viu. A solução de Castro? Instalar concertinas sobre os muros.

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