EUA e Venezuela fazem reunião secreta antes de retomada de sanções

Os Estados Unidos expressaram preocupação com o processo eleitoral da Venezuela durante uma reunião secreta entre as duas partes, poucos dias antes do prazo de vencimento da suspensão das sanções de Washington ao petróleo e gás venezuelanos, informou um funcionário da Casa Branca à AFP nesta sexta-feira (12).

"Podemos confirmar que houve uma reunião", disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, que pediu anonimato. "O objetivo era expressar nossas preocupações sobre o processo eleitoral da Venezuela."

A delegação venezuelana confirmou que o encontro ocorreu no dia 9 de abril na Cidade do México para "revisar o acordado nos diálogos de Doha", que aconteceram diretamente entre a gestão de Joe Biden e o regime de Nicolás Maduro em maio passado, sem a participação da oposição venezuelana.

"Apontamos o descumprimento por parte da administração norte-americana do cronograma acordado para o levantamento das sanções", indicou Caracas em comunicado publicado por Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional de Caracas e chefe da delegação.

Washington levantou as sanções ao setor energético e ao ouro venezuelano em outubro de 2023, após um acordo alcançado entre o governo venezuelano e a oposição em um processo paralelo mediado pela Noruega.

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Este acordo sugeria a possibilidade de a oposição participar das eleições presidenciais previstas para 28 de julho, nas quais Maduro busca um terceiro mandato. No entanto, desde então, a principal rival de Maduro, María Corina Machado, permanece inabilitada, e Corina Yoris, nomeada por ela para substituí-la nas eleições, não conseguiu inscrever sua candidatura.

Muito insatisfeita com a situação, Washington advertiu várias vezes que, se Caracas não mudar de rumo, reimporá as sanções, atualmente sujeitas a uma isenção de seis meses que expira em 18 de abril. Em janeiro, a Casa Branca já reativou as sanções à empresa estatal de mineração de ouro, depois que o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela ratificou a inabilitação política de María Corina.

No México, "fomos enfáticos na rejeição a qualquer forma de intromissão nos assuntos da Venezuela", disse o comunicado de Rodríguez, que criticou os "vazamentos inexplicáveis e interessados em meios de comunicação e agências americanas de reuniões classificadas como privadas".

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