Café robusta mantém alta no campo e se aproxima do valor do arábica

O valor da saca dos cafés robusta e conilon se aproxima do arábica, o que traz novos custos para a indústria e, consequentemente, impacta o consumidor.

O robusta subiu para R$ 1.105 por saca, acumula 16% de alta apenas neste mês e já representa 89% do valor de uma saca de café arábica, tradicionalmente bem mais elevado. Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Há um ano, essa diferença era de 60%.

A correção ocorre tanto por motivos internos como externos. A qualidade dos cafés conilon e robusta mudou de patamar no Brasil. Antes usado apenas para compor blend, agora, com manejo e cuidados maiores no campo, eles têm mais sabor e aroma.

Com o avanço da qualidade desses dois cafés, pertencentes à família do café canéfora, as indústrias de torrefação fizeram um blend que caiu no gosto dos consumidores, e esse padrão deverá ser mantido, segundo Celírio Inácio da Silva, diretor-executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café).

O avanço da qualidade do produto brasileiro o tornou mais competitivo no mercado internacional. Com a quebra de produção em países africanos e asiáticos —o Vietnã é o maior produtor mundial desse tipo de café—, a demanda pelo café brasileiro cresceu muito. Além disso, o produto dos demais países se torna mais caro devido aos custos logísticos, provocados pelos conflitos geopolíticos atuais.

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O robusta, com estoques baixos em Londres, está com os preços mais elevados dos últimos 30 anos. Em fevereiro, a Ásia e a Oceania exportaram 17% menos café, considerados todos os tipos. A queda no Vietnã foi de 19%, em relação ao mesmo mês de 2023. Já a América do Sul exportou 42% a mais, segundo a OIC (Organização Internacional do Café).

O preço sobe em um momento em que o consumo cresce. Na safra 2023/24, o consumo mundial aumenta 2,2%, segundo a OIC, e a Abic constatou alta de 1,64% no Brasil no ano passado. Os brasileiros consumiram o correspondente a 21,7 milhões de sacas, 39% do que foi produzido.

Inácio diz que as margens do setor ficam apertadas. De um lado, o produtor brasileiro tem a opção de entregar o café para a indústria interna ou para o mercado externo, que tem forte demanda pelo produto brasileiro.

De outro, as exportações brasileiras de café voltaram a crescer, e a preços melhores. As vendas externas de café arábica têm uma regularidade de 3 milhões de sacas por mês de janeiro a março. Já as do robusta, que iniciaram janeiro com 461 mil sacas, atingiram 847 mil em março.

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