Incêndio que atingiu histórica Bolsa de Valores de Copenhague é controlado; veja vídeo

Um incêndio de grandes proporções atingiu a antiga Bolsa de Valores de Copenhague, um dos edifícios mais famosos da capital da Dinamarca, nesta terça-feira (16). Em uma cena que lembra a do incêndio de 2023 na catedral de Notre-Dame, em Paris, a emblemática torre de 54 metros do prédio desabou e foi engolida pelas chamas.

Construído entre 1619 e 1640 a pedido do rei Cristian 4º, o edifício de estilo renascentista holandês originalmente recebia feiras e começou a ser palco de negociações de títulos no final do século 19. O prédio, no entanto, não abriga a Bolsa de Valores dinamarquesa desde 1974 e atualmente é sede da Câmara de Comércio do país, além de guardar um grande acervo de artefatos culturais e pinturas.

Os moradores que passavam pelo centro da cidade viram uma espessa fumaça cinza sobre a região e ouviram sirenes que alertavam os serviços de emergência. Não há relatos de feridos, segundo a polícia.

De acordo com os bombeiros, cerca de 120 pessoas trabalharam para conter as chamas, em uma operação que poderia continuar por pelo menos 24 horas. Já o Exército afirmou ter mobilizado cerca de 90 recrutas da Guarda Real da Vida, que estavam ajudando a isolar e proteger objetos de valor.

Além de funcionários do governo, membros da Câmara de Comércio —incluindo seu presidente-executivo, Brian Mikkelsen— e até transeuntes foram vistos carregando grandes pinturas para longe do prédio. O Museu Nacional da Dinamarca também disse ter enviado 25 funcionários ao local para ajudar na retirada de peças de arte.

O incêndio foi controlado após "várias horas", segundo autoridades. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Copenhague, o acesso do resgate foi dificultado por andaimes —o prédio passava por reformas antes de seu 400º aniversário. O telhado de cobre do edifício agravou a situação, já que o material retém calor. Não ficou imediatamente claro o que causou o fogo.

"Estamos salvando tudo o que podemos", disse o chefe do Corpo de Bombeiros, Jakob Vedsted Andersen, a jornalistas. Partes do telhado desabaram, e o fogo se espalhou por vários andares do prédio, segundo o funcionário. "É sempre triste apagar incêndios em edifícios antigos."

O Ministério das Finanças, próximo ao local, foi esvaziado, segundo a polícia, que também pediu às pessoas para evitar o centro da cidade.

"Estou muito, muito triste. No começo, não pude acreditar que fosse verdade", disse a professora Elisabeth Handberg, 80. A docente afirmou à agência de notícias Reuters que ela e seus alunos assistiram à fumaça da janela da sala de aula.

"Meus alunos do quinto ano disseram: 'está lá desde a época do rei Christian 4º, e de repente queima'", contou ela. "Estou esperando que seja reconstruído, é a única saída."

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Autoridades do país também se manifestaram. "Tão triste. Um edifício icônico que significa muito para todos nós. Nosso próprio momento Notre-Dame", escreveu o ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, na rede X. Na mesma plataforma, a Câmara de Comércio lamentou a "cena terrível". Já o ministro da Cultura, Jakob Engel-Schmidt, disse que "400 anos de herança cultural dinamarquesa" estavam em chamas.

Nas primeiras décadas após sua inauguração, no século 17, o prédio acomodava barracas onde mercadorias como chá e especiarias eram negociadas. O empreendimento foi uma tentativa do rei Cristian 4º de desenvolver o comércio na região após duas grandes guerras.

A torre que desabou nesta terça era ornamentada como se as caudas de quatro dragões se entrelaçassem até seu topo, onde três coroas simbolizavam os reinos de Dinamarca, Noruega e Suécia.

"Esta torre é absolutamente icônica e não há outra igual no mundo", disse a pesquisadora do Museu Nacional da Dinamarca, Ulla Kjaer, à Reuters. "Imaginava-se que muito ouro seria gerado para a Dinamarca e é por isso que colocaram dragões acima da construção, porque eles são conhecidos por guardar ouro."

A representação das criaturas mitológicas também era vista como uma proteção simbólica contra inimigos, disse a Câmara do Comércio, proprietária do edifício desde 1857, em seu site.

"Uma parte importante de nosso patrimônio arquitetônico estava em chamas", escreveu o rei Frederiksen em uma publicação no Instagram. "Por gerações, a característica da torre de dragão ajudou a caracterizar Copenhague como a 'cidade das torres'."

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