Precisamos de um milagre: o impacto da guerra sobre as economias de Israel e Gaza

Mais de seis meses após o início da devastadora guerra em Gaza, o impacto do conflito nas economias israelense e palestina tem sido enorme.

Quase toda a atividade econômica em Gaza foi exterminada e o Banco Mundial afirma que a guerra também atingiu duramente as empresas palestinas na Cisjordânia ocupada.

Enquanto os israelenses celebram o festival judaico Pessach, a tão alardeada "nação das start-ups" luta para manter sua fama atrativa para os investidores.

As ruas de paralelepípedos da Cidade Velha de Jerusalém estão estranhamente silenciosas. Não há longas filas para visitar os locais sagrados —pelo menos aqueles que permanecem abertos.

Logo depois da Páscoa e do Ramadã, e bem no meio do Pessach, todos os quatro bairros da Cidade Velha deveriam estar repletos de visitantes.

Apenas 68 mil turistas chegaram a Israel em fevereiro, segundo o Departamento Central de Estatísticas do país. Isso representa uma queda enorme em relação aos 319.100 visitantes no mesmo mês do ano passado.

Embora possa ser surpreendente que quaisquer visitantes passem por Jerusalém num momento de tanta tensão, muitos dos que o fazem são peregrinos religiosos de todo o mundo que provavelmente pagaram por suas viagens com bastante antecedência.

A Zak's Jerusalem Gifts foi uma das poucas lojas na rua Christian Quarter, na Cidade Velha, situada na Jerusalém Oriental ocupada, que se deu ao trabalho de abrir no dia em que a reportagem passou por ali.

Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.

Agricultura ameaçada

"Na verdade, só temos feito vendas online", diz Zak, cujo negócio é especializado em antiguidades e moedas bíblicas.

"Não há pessoas reais. Na semana passada, após a escalada entre Irã-Israel, os negócios caíram novamente. Portanto, esperamos apenas que depois do feriado aconteça algum grande milagre."

Não é apenas na Cidade Velha de Jerusalém que eles precisam de um milagre.

Cerca de 250 quilômetros mais a norte, na volátil fronteira de Israel com o Líbano, trocas de tiros quase diárias com o Hezbollah desde o início da guerra em Gaza forçaram o Exército israelense a fechar grande parte da área e 80 mil residentes foram evacuados mais a sul.

Um número semelhante de libaneses foi forçado a abandonar as suas casas do outro lado da fronteira.

A agricultura nesta parte de Israel é outro setor econômico que foi duramente atingido.

Ofer "Poshko" Moskovitz não tem permissão para entrar em seu pomar de abacates no kibutz de Misgav Am por causa de sua proximidade com a fronteira. Mas ele ocasionalmente se aventura de qualquer maneira, caminhando melancolicamente entre as árvores, para contemplar todo o seu "dinheiro caindo no chão".

"Tenho que ir colher o pomar porque é muito importante para a próxima plantação", diz Poshko. "Se eu não colher esta fruta, a próxima safra será muito ruim."

Ele diz que está perdendo muito dinheiro porque não consegue colher os abacates —cerca de 2 milhões de shekels (R$ 2,7 milhões) nesta temporada, diz ele.

Embora proporcionem o sustento de milhares de pessoas, a agricultura e o turismo representam partes relativamente pequenas das economias israelense e palestina.

Mas o que mostra o quadro mais amplo?

Na semana passada, a agência de classificação S&P Global cortou as classificações de longo prazo de Israel (de AA-menos para A-plus), refletindo uma perda de confiança do mercado após o aumento das tensões entre Israel e o Irã e preocupações de que a guerra em Gaza possa se espalhar por todo o Oriente Médio.

Essa perda de confiança também se refletiu na queda do PIB israelense, que diminuiu 5,7% no último trimestre de 2023. Muitos israelenses, no entanto, dizem que as renomadas empresas de tecnologia e o setor de start-ups do país estão se revelando mais "à prova de guerra" do que era esperado.

A cidade costeira de Tel Aviv fica a apenas 54 km de Jerusalém. Mais pertinente, talvez, é o fato de estar a menos de 70 km de Gaza.

Por ali, em alguns momentos, nem parece que Israel está envolvido na sua guerra mais longa desde a independência em 1948.

O que você está lendo é [Precisamos de um milagre: o impacto da guerra sobre as economias de Israel e Gaza].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...