Comunidade que iniciou Festa de Iemanjá ganha 1º imagem negra do orixá

Na orla da praia do Rio Vermelho, em Salvador (BA), que atrai mais de um milhão de baianos e turistas para a tradicional Festa de Iemanjá, comerciantes vendem imagens da estrela da festa. No valor médio de vinte reais, quem passa por ali pode levar para casa uma imagem de Iemanjá dos mais variados formatos, tamanhos e materiais. Só a que falta é uma Iemanjá negra. Em uma sequência de cinco barracas, nenhuma imagem do orixá com suas características físicas que remetem ao continente africano. A pele é branca e o cabelo liso.

Há poucos metros dali, no interior da Colônia de Pescadores do Rio Vermelho, comunidade de pescadores e marisqueiras que deu início a Festa de Iemanjá em 1923, Cintia Maria, diretora do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), quis inverter essa ótica.

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O local, povoado por pessoas negras, abriga a Casa de Iemanjá, onde é possível acender velas e oferecer presentes ao orixá.

💥️Para marcar os 100 anos da festa, o espaço acaba de receber pela primeira vez uma escultura realista que personifica os traços da beleza feminina africana e busca fazer uma revisão histórica da estética do orixá.

Para Cíntia, idealizadora da escultura, a iniciativa reitera os laços com os povos originários que trouxeram a Iemanjá para as Américas e reconhece que o orixá mais popular desse continente é africano e negro.

"Há quem diga que orixá não tem cor, mas os orixás existiram. Antes de ser energia, eles são os nossos antepassados. Assim como nós respeitamos as características físicas dos santos católicos; quando se trata de uma deidade africana, é importante levar em consideração os traços desses povos. Ainda que não tenhamos uma fotografia de Iemanjá, como temos de irmã Dulce, por exemplo, nós sabemos que ela passou a ser cultuada no rio Yemojá, na Nigéria, e essa informação já nos traz elementos para formar o que seria essa imagem", diz Cíntia Maria, diretora do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab) e idealizadora da obra.

Colônia dos Pescadores do Rio Vermelho,  Salvador - Cristian Carvalho/Divulgação - Cristian Carvalho/Divulgação  Escultura foi confeccionada pelo artista plástico amazonense Rodrigo Siqueira - Cristian Carvalho/Divulgação - Cristian Carvalho/Divulgação  Metade mulher, metade peixe, a estrutura metálica tem 1 metro e 40 centímetros - Cristian Carvalho/Divulgação - Cristian Carvalho/Divulgação Cíntia Maria é a idealizadora da obra - Cristian Carvalho/Divulgação - Cristian Carvalho/Divulgação Cintia e Rodrigo - Cristian Carvalho/Divulgação - Cristian Carvalho/Divulgação Cintia e Rodrigo jogam oferendas para Iemanjá - Cristian Carvalho/Divulgação - Cristian Carvalho/Divulgação Cintia e Rodrigo jogam oferendas para Iemanjá
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