Falar de forma madura sobre HIV é a chave para acabar com preconceito
No dia 1º de dezembro foi relembrado o Dia Mundial de Combate à Aids, que procura trazer a conscientização sobre a doença e traz sempre discussões sobre como evitar o avanço acelerado da epidemia.
O Brasil enfrenta uma situação crítica: o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, pasmem, em 2023, foram registrados em um ano quase 30 mil novos casos e mais de 10 mil mortes associadas ao HIV. Além desse apagão de informações, estima-se que o não-governo cortará em mais de 400 milhões de reais os recursos orçamentários para o combate ao HIV/AIDS em 2023. Mas ainda assim, precisamos trazer boas notícias.
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Este ano, foi iniciada uma nova pesquisa sobre o uso de um novo medicamento injetável de profilaxia pré-exposição, a PrEP. Está sendo testado se o uso semestral da injeção pode inibir a transmissão do vírus HIV em quem a toma. O grupo está recrutando pessoas e deve ser um divisor de águas no tratamento preventivo contra a infecção por HIV.
Também precisamos sempre recuperar pesquisas mais antigas que comprovam que a expectativa de vida de uma pessoa que convive com o HIV e que segue seu tratamento de forma adequada tem a mesma expectativa de vida de uma pessoa não portadora do vírus. Além do mais, precisamos lembrar sempre que uma pessoa que convive com o HIV e segue seu tratamento de forma adequada, estando assim com sua carga viral indetectável, não transmite o vírus para seus parceiros.
Há desafios no combate ao HIV? Claro que sim. O acesso desigual ao tratamento nas periferias e entre pessoas negras, e a vergonha e o preconceito que ainda existem só podem ser solucionados com informação.
Mas quando foi a última vez que tivemos uma campanha ampla e saudável sobre o combate ao HIV? Como um país que é referência nesse combate, e que continua dominado por discursos puritanos, inibe a informação que pode erradicar de vez a transmissão acelerada?
Falar de forma madura sobre o HIV é a chave para acabar com o preconceito e as desigualdades no acesso à prevenção e ao tratamento. Fazer ecoar os avanços, como a PrEP injetável, traz luz onde querem implantar trevas.
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