Brasileira com deficiência física cruza oceano com veleiro: Me sinto viva

Arquivo pessoal

A ideia parecia descabida demais para alguém que, como ela, não conseguia se locomover sozinha, sem a ajuda de outras pessoas — ou de uma cadeira de rodas —, mas, ainda assim, ela seguiu em frente na conversa com aquela associação francesa de velejadores, que oferecia a possibilidade de Adriana fazer a travessia do oceano a bordo de um barco adaptado, com a assistência de integrantes da equipe, que iriam junto na viagem.

💥️Desafio para ela mesma

Após pensar bastante a respeito, mas entusiasmada com a possibilidade de voltar a frequentar o mar que tanto gostava, na época em que nadava nas praias do Rio Grande do Sul, Adriana aceitou a proposta — que era um enorme desafio para ela mesma.

Dias depois, em junho do ano passado, ela desembarcou, sozinha, na França, e de lá, após um treinamento que durou meses, partiu em um pequeno veleiro, de apenas 10 metros de comprimento, para a travessia do segundo maior oceano do planeta, o Atlântico, viagem que terminou no final do mês passado, após 22 dias cruzando o alto mar.

A entidade nada cobrou pela travessia. Adriana só pagou as próprias despesas na viagem, que começou na costa da França e passou pela Espanha, Marrocos, Ilhas Canárias e Cabo Verde, antes de cruzar o Atlântico, até o Caribe.

💥️Nunca tinha velejado

Até então, Adriana nunca havia velejado, muto menos pensado em, um dia, atravessar um oceano navegando.

"Isso nunca tinha passado pela minha cabeça, ainda mais depois que passei a depender de uma cadeira de rodas para me locomover. Mas os algoritmos da Internet naquele dia mudaram a minha vida, ao sugerir algo que jamais

tinha imaginado que pudesse fazer. E fiz", diz Adriana, já de volta à Gramado, orgulhosa da própria conquista.

💥️Banho de mar no meio do oceano

Durante a jornada, Adriana viveu outras experiências inéditas para ela, além de conduzir, sozinha, um barco durante os seus turnos ao timão, enquanto os demais tripulantes descansavam. Como, por exemplo, tomar banho de mar no meio do oceano.

"Foi maravilhoso poder curtir o mar como qualquer pessoa sem limitações físicas", diz Adriana, que tem 50 anos de idade, é aposentada, mãe de um filho e com deficiência desde os 24 — quando contraiu meningite, logo após o parto.

💥️Não reclama da vida

"No começo, perdi todos os movimentos do corpo. Só depois de muito esforço, fisioterapias e tratamentos, que duraram 20 anos, fui recuperando aos poucos a movimentação dos braços e das mãos, que hoje funcionam perfeitamente. Mas as pernas e os pés, não. E, pela minha idade, acho que ficarão assim para sempre", diz Adriana, que sempre teve uma atitude positiva frente à vida, e não lamenta a má sorte que teve.

"Tenho um filho maravilhoso e, agora, também a certeza de que posso fazer coisas improváveis, como atravessar um oceano com um barco", diz a gaúcha, que já tem planos para o futuro.

"Quero voltar para o mar", diz. "Lá, eu me sinto uma pessoa 100% normal".

💥️Um caso ainda mais extraordinário

A experiência vivida pela gaúcha Adriana não foi a primeira do gênero envolvendo uma mulher com mobilidade reduzida.

Mas trouxe para ela os mesmos benefícios colhidos por outras tantas velejadoras com deficiências físicas, que, a despeito de suas limitações, não abandonaram o prazer da navegação no mar.

O caso mais emblemático — e extraordinário — foi o da inglesa Hilary Lister, que, tal qual a brasileira Adriana, também descobriu que poderia navegar só após se tornar tetraplégica.

clique aqui para ler esta incrível história de superação, mesma sensação que sente, agora, a gaúcha Adriana Frank.

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