Machu Picchu era uma cidade diversa e cosmopolita, apontam análises de DNA

Vista aérea das ruínas de Machu Picchu na parte superior de uma região montanhosa. - iStockphoto

02/08/2023 04h00

Machu Picchu não foi apenas o sítio da realeza e da elite social do povo inca. Ali também viveram e morreram trabalhadores e servos que, segundo novas análises de DNA, chegaram à cidade vindos de todas as regiões do Império Inca, inclusive da Amazônia.

A revelação surgiu através de um estudo liderado pela pesquisadora Lucy Salazar da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, publicado na revista Science Advances.

A pesquisa sequenciou e analisou dados de DNA de 500 anos, que estavam conservados em restos dentais de 34 indivíduos enterrados na cidade histórica no Peru.

Os cientistas compararam a informação genética com as de pessoas enterradas em sítios arqueológicos nas proximidades de Cusco e no vale de Urubamba, bem como com 30 genomas modernos da América do Sul, para comprovar os graus de parentesco.

💥️Diversidade genética

O estudo sugere que Machu Picchu foi habitada principalmente por servos, conhecidos como "yanacona" (homens) e "aclla" (mulheres), entre 1420 e 1532. Trata-se de indivíduos considerados etnicamente diversos, oriundos de terras longínquas conquistadas pelos incas.

"Os resultados sugerem a existência de um comunidade diversificada de criados em Machu Picchu, onde pessoas de origens genéticas diferentes viviam, se reproduziam e eram enterradas juntas", afirmam os autores no estudo.

💥️Como viviam

Não se sabe o grau de coerção ao qual eram submetidos, mas as provas sugerem que viviam de maneira cômoda, uma vez que sobreviveram até idades avançadas, não apresentavam sinais de desnutrição, doenças ou ferimentos causados por atos de violência ou trabalhos pesados.

A análise de DNA também corrobora a documentação histórica e os estudos arqueológicos dos artefatos encontrados nas sepulturas.

O império inca tinha uma vasta extensão de 2 milhões de quilômetros quadrados na Cordilheira dos Andes. Segundo especialistas, o local foi fundado em 1438 pelo primeiro governante, Pachacuti Inca Yupanqui, e viveu seu apogeu em 1533, antes da colonização espanhola.

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