Valdemar disse à PF que PL questionou resultado das eleições por pressão de Bolsonaro

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou em seu depoimento à Polícia Federal que por pressão de Jair Bolsonaro (PL) e de bolsonaristas contratou um instituto e, posteriormente, ingressou na Justiça Eleitoral com representação na qual colocava em dúvida as urnas eletrônicas.

O dirigente do partido afirmou ainda que esse instituto jamais encontrou irregularidades, contrariando declarações públicas anteriores, além de acrescentar que discorda da avaliação do ex-presidente sobre as urnas eletrônicas.

"Indagado se, na condição de presidente do Partido Liberal, anui com as palavras do então presidente Jair Bolsonaro de que haveria fraude nas urnas eletrônicas e consequentemente nas eleições presidenciais de 2022, respondeu que não concorda com a fala do presidente Bolsonaro, pois já participou de varias eleições e nunca presenciou nada que desabonasse o sistema eleitoral brasileiro", diz a transcrição do seu depoimento.

Bolsonaro já foi condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é alvo de diferentes outras investigações no STF. Neste momento, ele está inelegível ao menos até 2030.

O dirigente do PL depôs em 22 de fevereiro no inquérito referente às investigações sobre os planos discutidos no fim de 2022 para um golpe de Estado contra a eleição de Lula (PT) à Presidência da República.

No final de novembro daquele ano, o PL endossou o discurso golpista de Bolsonaro e pediu ao TSE, mesmo sem apresentar provas de fraude, a invalidação de votos depositados em urnas por "mau funcionamento".

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O PL usou como base da representação relatório do Instituto Voto Legal, contratado pelo PL por R$ 1 milhão para fazer estudos sobre o funcionamento das urnas.

Em entrevista na ocasião, o dirigente disse que "este relatório não expressa a opinião do Partido Liberal, mas é o resultado de estudos elaborados por especialistas graduados em uma das universidades mais respeitadas do mundo e que, no nosso entendimento, deve ser analisado pelos especialistas do TSE".

Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, negou a ação e condenou a coligação de Bolsonaro ao pagamento de multa no valor de R$ 22.991.544,60 por litigância de má-fé.

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À PF, agora, Valdemar adotou outro tom, afirmando que "nunca foi apresentado nada consistente" pela empresa.

Ele disse que a ideia de contratação do Instituto Voto Legal surgiu entre os deputados do PL e Bolsonaro. Que a indicação específica da empresa foi feita pelo hoje senador e ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes (PL-SP).

"Indagado se o então presidente Jair Bolsonaro insistiu com o declarante para ajuizar ação no TSE questionando o resultado das urnas eletrônicas, respondeu que quando houve o vazamento do relatório do Instituto Voto Legal, os deputados do PL e o então presidente Bolsonaro o pressionaram para ajuizar tal ação no TSE", prossegue a transcrição do depoimento do presidente do partido.

Trama golpista sob Bolsonaro

Ex-presidente é alvo de investigação da Polícia Federal

Uma das frentes de apuração da PF trata das lives contra as urnas feitas pelo influenciador argentino Fernando Cerimedo, além de Eder Balbino, sócio de uma empresa em Uberlândia que colaborou com a equipe contratada pelo PL para auditar o processo eleitoral.

Há ainda suspeita de relação do major da reserva Angelo Martins Denicoli com Fernando Cerimedo, no sentido de disseminar desinformação sobre o sistema de votação brasileiro.

Logo após a vitória de Lula no segundo turno das eleições, Cerimedo passou a fazer lives e publicações que tiveram grande alcance alegando que as eleições brasileiras teriam sido fraudadas. Alguns dos principais argumentos de relatório do PL contestando parte das urnas usadas em 2022 tinham aparecido antes em suas transmissões.

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