Venezuela prende ex-número dois do regime acusado de corrupção

Número dois do regime da Venezuela entre 2017 e 2018, Tareck El Aissami, antigo homem de confiança do ditador Nicolás Maduro e de seu antecessor, Hugo Chávez, foi detido na terça-feira (9) por suposto vínculo com um esquema de corrupção.

Ao anunciar a prisão à imprensa, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, mostrou uma foto do momento da detenção. Nela, o ex-dirigente chavista de 49 anos está algemado e é escoltado por dois agentes com os rostos cobertos.

Segundo Saab, o regime conseguiu revelar a suposta participação de El Aissami em um esquema de venda de petróleo por meio de criptoativos que ficou conhecido como PDVSA-Cripto, em referência à sigla da estatal venezuelana.

Na primeira etapa, há um ano, foram presos 61 funcionários, políticos e empresários; nesta segunda fase, 54 pessoas foram acusadas até agora e outros 17 mandados de busca e apreensão foram emitidos.

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Esse é mais um escândalo envolvendo a petrolífera, alvo de diversas investigações. Rafael Ramírez, que também era próximo de Chávez, foi acusado de corrupção durante sua gestão como ministro do Petróleo (2002-2014) e presidente da PDVSA (2004-2014) e está foragido na Itália. Outros dois titulares da pasta, Eulogio del Pino e Nelson Martínez, foram detidos, e o segundo morreu sob custódia do Estado.

Agora, a ligação do ex-aliado do regime com o caso teria sido comprovada por meio da delação de cinco "testemunhas de ouro" que já haviam sido presas no âmbito da mesma investigação. Saab não informou onde aconteceu a prisão do ex-vice ou dos outros cinco delatores, que tampouco foram identificados.

El Aissami, alvo de sanções dos Estados Unidos e acusado de narcotráfico, havia desaparecido da vida pública desde a sua renúncia à chefia da pasta, no dia 20 de março de 2023, após a divulgação de investigações. Ao longo de sua vida pública, ele passou pela PDVSA, pela Corporação Venezuelana da Guiana e pela Sunacrip (Superintendência Nacional de Criptoativos).

Durante o anúncio, Saab afirmou ainda que o ex-ministro da Economia Simón Alejandro Zerpa e o empresário Samark López também haviam sido detidos. O segundo era procurado por autoridades dos EUA pelo menos desde 2023, quando o Departamento de Estado americano ofereceu US$ 5 milhões de recompensa por informações que conduzissem ao venezuelano.

"López Bello trabalhou com outros em um esforço para violar e escapar das sanções do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros", afirmou o órgão na ocasião.

Os três detidos serão acusados de crimes como traição à pátria, apropriação ou desvio de bens públicos e lavagem de dinheiro. "Uma pluralidade de crimes que vai resultar em uma sanção exemplar", afirmou Saab, para quem o desfalque ao Estado do suposto crime era "terrorismo econômico".

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