Faculdade de sócios do BTG quer virar MIT brasileira

Além da fortuna, os banqueiros Roberto Sallouti e André Esteves querem deixar um legado, como fizeram os fundadores de universidades renomadas como Harvard e Stanford.

CEO e fundador do banco, respectivamente, ambos deram o pontapé inicial nesse projeto em 2023, quando fundaram o Inteli (Instituto de Tecnologia e Liderança), que usa problemas reais das empresas para ensinar seus alunos.

Metade dos estudantes ganhou bolsa e, para cobrir o déficit no caixa, a decisão foi lançar cursos sob medida para executivos neste ano.

Como se aprende na faculdade de vocês?
No modelo tradicional, o aluno decora para a prova, mas não sabe para que aquilo que estudou serve. Aqui, a turma estuda vetores, por exemplo, e, no fim da tarde, já está aplicando em um projeto real de uma empresa parceira.

Não tem disciplina, então?
Os projetos substituem a disciplina. Um exemplo: um protótipo de internet das coisas. Essa é a disciplina. Nosso escritório de projetos vai ao mercado e anuncia [as áreas de atuação]. No caso, a Gerdau apareceu e disse, ‘olha, eu tenho aqui os tubos das minhas usinas. Eles podem ter gases tóxicos e quero que alguém vá lá checar antes do operador entrar’. Os alunos, então, desenvolveram um robô, que diz se a pessoa pode entrar. E, dentro disso, o aluno teve aula de Cálculo, Física, Estatística, entre outras.

Quantos projetos foram concluídos?
Ao todo, foram 307 para 57 parceiros, como Rappi, BTG, Gerdau, IPT, AACB, CVM, Detran, Yamaha, Pirelli. A distância entre a academia e o mundo real foi virando um abismo ao longo do tempo. Criamos uma fórmula que a aproxima do mundo do trabalho.

Como evitam que esse aluno, super preparado, encontre emprego e desista do curso?
Os dois primeiros anos funcionam em período integral, de 9h a 17h. Assim, o aluno não tem tempo de sair. No terceiro, ele faz estágio e o quarto é uma aceleração de carreira.

Existe estímulo do MEC para esse modelo de ensino?
O MEC vira coitado, meio culpado de tudo, porque as pessoas não conseguem inovar. Falam assim: ‘ah, não inova, porque o MEC não deixa’. Isso não é verdade. Ele é muito rígido no que se ensina, ou seja, nas diretrizes curriculares, que cumprimos muito além do necessário. Agora, metodologicamente, as indicações são muito mais na direção do que a gente faz do que uma faculdade tradicional.

Por que, então, as tradicionais não inovam?
É caro. O modelo é muito mais oneroso, porque precisa de um número maior de professores. Segundo motivo: é difícil de fazer. Dá trabalho toda essa intersecção de conteúdos, materializado nos projetos. Terceiro ponto é que todo o sistema é pensado para ser por disciplina. Tivemos que desenvolver nosso próprio software.

Qual é a meta?
Ser a melhor faculdade de tecnologia da América Latina e uma das melhores do mundo. Para chegar lá, você pode ter um prédio super bonito, um sistema proprietário, professores excepcionais. Mas nada adianta se não tiver os melhores alunos.

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