Curitiba é a capital mais igualitária do país, e Porto Velho, a mais desigual

Curitiba, com 1,73 milhão de habitantes, é a capital menos desigual no país. Considerando indicadores como educação, renda, pobreza, trabalho e ações climáticas, entre outros, a cidade consegue oferecer resultados acima da média de outras 25. Na outra ponta, Porto Velho (RO) tem os piores indicadores, com 23 deles abaixo da média de seus pares.

Já as três capitais mais populosas do país (fora Brasília, não considerada pela pesquisa) —São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza— estão posicionadas, respectivamente, no quinto, no 11º e no 20º lugar. As informações são do Mapa da Desigualdade entre as Capitais, divulgado pelo Instituto Cidades Sustentáveis nesta terça-feira (26).

A publicação reúne 40 indicadores de diferentes bases e levantamentos, como o Censo, as diferentes Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua e o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis).

Agrupados de acordo com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas). Os dados usados também são de diferentes anos, de acordo com a atualização mais recente entre eles durante a elaboração do estudo.

O ranking mostra que mesmo Curitiba, a capital menos desigual do país, ainda precisa enfrentar desafios como a desnutrição infantil, indicador em que ocupa a 21ª posição, ou a parcela de famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único para programas sociais (24ª).

A cidade também está abaixo da média no ranking em indicadores como taxa de áreas florestadas e naturais, de violência contra a população LGBTQIA+ e de suicídio.

A gestão Rafael Greca (PSD) cita, além da alimentação na rede escolar, o atendimento a famílias em situação de vulnerabilidade com cestas básicas e a distribuição de 2.411 vouchers por mês para compras, e alimentos mais baratos ou a preços fixos em armazéns e sacolões da prefeitura.

Também promove, segundo a prefeitura, campanhas de conscientização e programas de inclusão de cultura e trabalho para o público LGBTQIA+.

Para Jorge Abrahão, coordenador-geral do Instituto Cidades Sustentáveis e colunista da 💥️Folha, o mapa serve como uma provocação para as administrações. "Executivos e Legislativos estão muitas vezes voltados a emergências e urgências, e não conseguem olhar um panorama geral para ver o que ainda precisa ser enfrentado", diz ele.

"Desnutrição infantil é uma questão de definir orçamento. Já a violência contra a população LGBTQIA+ tem um caráter cultural, exige campanhas."

A violência relacionada à sexualidade também é um problema em São Paulo. A cidade mais populosa do país, com 11,4 milhões de habitantes tem a segunda taxa mais alta de violência contra a população LGBTQIA+, com 8,3 casos a cada 100 mil habitantes.

A capital paulista é a 25ª colocada em investimento público em infraestrutura por habitante, segundo dados de 2023 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com R$ 13,18. Em relação à cobertura vacinal, está em 20º lugar.

De acordo com a gestão Ricardo Nunes (MDB), a prefeitura atua para reduzir desigualdades e enfrentar violência contra minorias na pasta municipal de direitos humanos.

Segundo a prefeitura paulistana, a cidade oferece mais de 25 mil vagas de acolhimento para pessoas em situação de rua e 220,3 mil em serviços de convivência para pessoas em vulnerabilidade social. Ainda, tem programas de capacitação e formação profissionalizante para jovens e adultos, que envolvem as secretarias de Assistência e Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e Cidadania.

Também cita programas de moradia, e diz que deve entregar e contratar, até o fim do ano, mais de 100 mil unidades habitacionais.

Na última posição do ranking, Porto Velho (com 460 mil habitantes), tem os piores indicadores para feminicídio, população atendida com esgotamento sanitário, recuperação de resíduos sólidos e emissão de CO² per capita.

A gestão Hildon Chaves (União Brasil) afirmou que tem um edital em elaboração para licitar o serviço de saneamento básico. O objetivo é lançar a concorrência ainda neste ano. Em relação aos resíduos sólidos, a prefeitura construiu um aterro em novembro de 2023, e diz que incentiva a coleta seletiva por meio de ecopontos.

Sobre feminicídios, a prefeitura afirma que conta com programas de prevenção da violência contra a mulher e acolhimento.

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