Comando em transição

No último dia 17 de fevereiro, um sábado sem maiores atrações na TV, o telejornal SBT Brasil terminou 15 minutos mais cedo com um alerta da apresentadora Marcia Dantas. "Fique agora com o desfile da escola de samba Tradição, com a homenagem ao apresentador Silvio Santos."

Mal começou a transmissão, com imagens do Carnaval carioca de 2001, narradas por Gloria Maria e Cleber Machado e com a logomarca da Globo estampada na tela, o espectador se deu conta de que havia algo errado. Sim, ele estava assistindo a uma sessão pirata. E assim foi, até o fim do desfile, de 23 anos atrás.

Diante da falta de explicações sobre esse acontecimento insólito, não foi difícil deduzir que a decisão de promover a pirataria partiu do próprio Silvio Santos. Como se diz na emissora, teria sido apenas mais um caso de "Silvio Brincando de Televisão" —SBT.

As suspeitas se confirmaram dois dias depois, quando o repórter Gabriel Vaquer noticiou no F5, site de entretenimento da Folha, que a Globo não iria tomar nenhuma medida judicial em resposta ao SBT. Daniela Beyruti, filha de Silvio e vice-presidente do SBT, foi às redes sociais agradecer à emissora carioca, em especial ao executivo Amauri Soares.

"Obrigada, Amauri e direção da TV Globo, pelo carinho. Vocês conhecem nossa amada figura! Achei superlegal terem levado na esportiva. Foi uma homenagem linda que jamais sairá da nossa memória. Eu e o SBT agradecemos", escreveu ela, acrescentando um emoji de coração.

A parte mais importante da mensagem, claro, é a frase que se refere a Silvio Santos: "Vocês conhecem nossa amada figura!". Aqui caberia um emoji de gargalhada. Daniela parece estar dizendo que não é para levar a sério as peraltices do pai.

O incidente também não teve maiores consequências porque a audiência da sessão pirata foi pífia, de 2,4 pontos na Grande São Paulo —equivalente a cerca de 175 mil domicílios—, deixando o SBT em terceiro lugar, quase alcançado pela Band.

Nesta semana, o SBT vai anunciar formalmente uma série de novidades em sua programação. É um esforço em busca da audiência perdida e, quem sabe, de conquista de alguma relevância. Vários dos nomes escolhidos, porém, denunciam a falta de ousadia e criatividade da nova grade —uma série de veteranos da TV fazendo o que já faziam antes.

O que você está lendo é [Comando em transição].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

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